Demitidos pela construtora Queiroz Galvão, operários que trabalham no canteiro de obras do parque olímpico de Deodoro, no Rio, podem ser recontratados assim que a prefeitura quitar as suas obrigações com a construtora. A informação foi dada nesta quinta (2) por dez trabalhadores e um engenheiro dispensados pela companhia.
A Queiroz Galvão divide com a empresa OAS a responsabilidade pela construção deste complexo esportivo dos Jogos do Rio em 2016. As dispensas da Queiroz Galvão estão associadas a atrasos nos pagamentos da prefeitura, segundo a construtora. O governo nega.
O operário Natan de Azevedo Silva, 21, chegou às 8h desta quinta-feira para trabalhar no canteiro de obras do parque olímpico, localizado na zona Oeste do Rio. "Eu comecei há 15 dias como ajudante de obras. Como estava no período de experiência só recebi pelos dias que trabalhei", lamentou.
"Fui demitido agora, mas já avisaram que vão nos chamar de volta assim que o governo pagar", disse um funcionário, que preferiu não se identificar.
Candidatos a uma vaga no canteiro de obras de Deodoro também receberam orientação semelhante.
| Mauro Pimentel/Folhapress | ||
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| Canteiro de obras do complexo esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio |
Um deles, que já havia feito testes de admissão, falou sobre o adiamento neste início do trabalho.
"Congelaram novas contratações. Fiz exame médico e provas. Ia começar hoje. Mas eles disseram para esperar em casa. Um funcionário do RH falou que a empresa só quer dar um susto no governo e vai nos chamar", disse o candidato, que pediu para não ser identificado.
A Folha apurou que a Queiroz Galvão deixou outros 500 operários em aviso prévio. A obra do parque olímpico de Deodoro reúne 1.000 operários no total.
O contrato da construtora chega a R$ 650 milhões e prevê remuneração mensal. Segundo a Queiroz Galvão, as obras começaram em agosto de 2014, mas o primeiro pagamento só foi efetuado em janeiro deste ano.