Folha de S. Paulo


Grandes redes de supermercado cobrarão até R$ 0,10 por sacola em SP

O consumidor paulistano que for às compras nas maiores redes de supermercados a partir da semana que vem será surpreendido com a cobrança das sacolinhas ao embalar suas mercadorias para levar para casa.

A mudança se deve à entrada em funcionamento, neste domingo (5), das novas determinações da Prefeitura de São Paulo, que proíbem as tradicionais sacolas plásticas brancas nos estabelecimentos comerciais da cidade.

A alternativa dada pelo prefeito Fernando Haddad são sacolas padronizadas, nas cores verde e cinza, maiores e mais resistentes que as atuais e feitas de matéria prima renovável, baseada em cana de açúcar. Terão, portanto, um custo mais elevado, segundo varejistas.

Carrefour, Extra, Pão de Açúcar e Walmart são alguns dos que venderão as novas sacolas verde e cinza por R$ 0,08 cada unidade. Em algumas redes pode sair mais caro, como no Sonda Supermercados, que vai cobrar R$ 0,10 a unidade.

Paula Leite/Folhapress
Em unidade do Dia na rua Augusta, aviso indica falta de sacolinhas
Em unidade do Dia na rua Augusta, aviso indica falta de sacolinhas

A Apas, entidade que reúne os supermercadistas, "sugere que os valores dessas sacolas sejam comunicados ao consumidor, que poderá optar pela compra ou utilização de outros meios, como embalagens reutilizáveis". A entidade diz não saber se a opção pela cobrança feita por grandes redes será seguida por mercados menores.

A rede de supermercados Mambo, por exemplo, que possui seis lojas, informa que vai distribuir as embalagens gratuitamente.

A SOS Consumidor, entidade de defesa do consumidor, informa que entrou na Justiça e aguarda liminar para barrar a cobrança.

Quando anunciou o projeto, em janeiro, Haddad afirmou que a decisão de doar o produto ou cobrar por ele ficaria a cargo dos próprios comerciantes e que a concorrência entre eles determinaria o resultado.

As novas regras também implicam mudanças para o consumidor ao reutilizar as sacolas para o descarte de lixo: as verdes só poderão ser usadas para o descarte de resíduo seco, reciclável, como metal, papel, plástico e vidro. O resíduo orgânico não poderá entrar nestas sacolas verdes.

A cinza poderá ser destinada ao descarte do lixo comum (como restos de comida, papel higiênico, bitucas de cigarro e fraldas).

Editoria de Arte/Folhapress

Com a separação por cores, a ideia é que as embalagens verdes sejam recolhidas pelo programa de coleta seletiva, enquanto as cinzas irão para a coleta convencional. A coleta seletiva ainda não está universalizada em toda a cidade.

O consumidor que descumprir a regra, ou seja, que colocar lixo orgânico na sacola verde, poderá receber advertência, segundo o prefeito. Em caso de reincidência, poderá ter de pagar multa entre R$ 50 e R$ 500. O cidadão poderá continuar usando outros sacos para descartar seu lixo. As regras valem apenas para o descarte que for feito por meio das novas embalagens.

Para os comerciantes que desrespeitarem as medidas, oferecendo os sacos plásticos antigos, a multa varia de R$ 500 a R$ 2 milhões.

Os cidadãos serão fiscalizados por amostragem e a partir de denúncias, de acordo com a prefeitura.


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