Folha de S. Paulo


Petrobras diz que aumento de salários de executivos é baseado na inflação

Em nota divulgada nesta terça, a Petrobras afirma que, "em virtude de matérias publicadas sobre os valores referentes à remuneração global de sua diretoria", propõe um reajuste de 8,09% neste ano, com base no IPCA, previsto pelo Banco Central para o período de abril 2014 a março 2015. Diz ainda que "o montante previsto para 2015 contempla oito diretores, enquanto em 2014 eram sete, conforme consta no manual da Assembleia-Geral de Acionistas, divulgado em 27 de março de 2015."

O acréscimo com a remuneração do oitavo diretor (incluindo 13º e férias) é de aproximadamente 4,5%, segundo a empresa.

Reportagem da Folha informou que a empresa pediu que os acionistas aprovem na próxima assembleia, marcada para o dia 29 deste mês, remuneração para a diretoria 13% superior ao valor médio pago a cada um dos diretores em 2014. Ao calcular a média, elimina-se o efeito da entrada de mais um diretor, como argumenta a Petrobras.

A estatal diz ainda que "também não se pode comparar valores projetados com gastos realizados. Do valor previsto é realizado [efetivamente pago] em média 80%". Segundo a estatal, em 2014, o valor previsto era de R$ 18,5 milhões, enquanto o realizado foi de R$ 16 milhões.

A reportagem revelou ainda que a Petrobras quer aumentar a proporção do salário fixo dos executivos e reduzir a parte que é variável, atrelada aos resultados.

Na nota, a empresa diz ainda que os "períodos considerados também são diferentes". O reajuste abrange o período de 1º de abril de 2014 até o dia 31 de março de 2015 (IPCA de 8,09%).

Em resposta à Folha, a Petrobras não esclareceu que o período era de 12 meses encerrados em março deste ano. O cálculo da remuneração refere-se ao período de um ano. O IPCA em 2014 (janeiro a dezembro) foi de 6,41%.


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