Folha de S. Paulo


Dólar chega a R$ 3,31, mas cede com ajuda de cenário externo; Bolsa sobe

Depois de subir e atingir R$ 3,317 nos primeiros negócios desta sexta-feira (20), o dólar passou a cair em relação ao real. A moeda americana também cai na comparação com outras moedas emergentes.

Das 24 principais moedas emergentes, 21 sobem em relação ao dólar. O real lidera as altas.

E a Bolsa brasileira sobe, também acompanhando os principais mercados de ações do exterior.

Os investidores avaliam de forma positiva a afirmação da Grécia de que está agindo rapidamente para atender às demandas dos credores por um plano detalhado de reformas econômicas, após o primeiro-ministro Alexis Tsipras garantir aos líderes da zona do euro que seu governo liderado pela esquerda vai acelerar o trabalho para evitar a falência.

Além do cenário externo, analistas ouvidos pela Folha citam como fator de alívio nesta sexta notícias de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) manteve, nas últimas semanas, vários contatos com membros dos dois principais partidos de oposição –o PSDB e o DEM–, o que suge que o governo tenta melhorar sua articulação política.

Às 14h28, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, caía 2,77%, para R$ 3,214. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha queda de 2,45%, para R$ 3,215.

Às 14h28, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha alta de 1,87%, para 51.906 pontos. Das 68 ações negociadas, 55 subiam e 13 caíam no horário.

ARTICULAÇÃO

Michel Temer esteve com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) há cerca de um mês, em São Paulo. O vice-presidente afirmou que queria uma conversa sobre mudanças na legislação eleitoral, segundo aliados do peemedebista.

O mesmo assunto foi usado depois para justificar um encontro com o senador José Serra (PSDB-SP) em Brasília, na residência oficial do vice.

Os investidores também analisam dados de inflação divulgados na manhã desta sexta. O IPCA-15, prévia do índice oficial de inflação do país, subiu 7,9% nos últimos 12 meses, o pior resultado desde maio de 2005.

"O dado de inflação veio de acordo com as expectativas de mercado, o que ajuda na correção do dólar e da Bolsa nesta sessão", diz Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners.

Nesta manhã, o Banco Central deu sequência aos leilões de contratos de swap cambial (equivalentes a uma venda futura de dólares), que tem sido feitos normalmente, segundo programa de intervenções no mercado já em vigor.

AÇÕES EM DESTAQUE

Na Bolsa brasileira, os papéis da Petrobras sobem mais de 2%. Às 14h26, os papéis preferenciais da petrolífera –mais negociados e sem direito a voto– subiam 2,58%, para R$ 9,13. No mesmo horário, as ações ordinárias –com direito a voto– avançavam 2,76%, para R$ 8,93.

Em comunicado, a Petrobras reiterou que as análises que realiza para o fechamento de suas demonstrações contábeis, incluindo a avaliação de ativos constituídos por contratos firmados com empresas citadas na Operação Lava Jato, podem resultar no reconhecimento de perdas e revisão do ativo imobilizado em seu resultado.

As ações da Estácio lideram as altas do Ibovespa e sobem mais de 10%, após a empresa registrar lucro de R$ 80,9 milhões entre outubro e dezembro, ante R$ 45,1 milhões um ano antes.

As ações da Vale também sobem no pregão, após caírem por dois dias seguidos. Às 14h27, as ações preferenciais da mineradora tinham alta de 2,89%, para R$ 17,08. No mesmo horário, os papéis ordinários subiam 3,86%, para R$ 19,89.


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