Folha de S. Paulo


Italiana de energia Enel pretende investir R$ 7,5 bi no Brasil até 2019

Nem a possibilidade de uma crise energética nem o esquema de corrupção descoberto na Petrobras, por ora, afugentam a italiana Enel, multinacional de energia que se prepara para investir pesado no Brasil e em outros países da América Latina nos próximos cinco anos.

A companhia anunciou nesta quinta-feira (19) que, até 2019, pretende investir aproximadamente R$ 30 bilhões para expandir seus negócios na América Latina, destino de praticamente metade de todos os novos investimentos em geração, distribuição e fontes renováveis de energia. O Brasil deve ficar com até 25% desse montante (R$ 7,5 bilhões).

"Sim, há escândalos de corrupção no Brasil, assim como há em outras partes do mundo. Não nos envolvemos e não estamos particularmente preocupados com isso", disse Francesco Starace, CEO da Enel, ao mostrar o portfólio de investimentos da companhia de 2015 a 2019.

Os executivos da Enel fizeram, nesta quinta, uma apresentação para investidores e responderam perguntas de jornalistas de países onde a companhia tem negócios.

Segundo Starace, a Enel não tem a pretensão de ser o maior nem o principal participante do mercado brasileiro. "Isso é estúpido e não queremos fazer isso. Queremos ser úteis. Vamos investir em fontes renováveis porque somos bons nisso, e vamos crescer em distribuição porque há uma demanda grande", afirmou o executivo.

JÁ NO CEARÁ E NO RIO

No Brasil, a Enel já atua na distribuição de energia no Ceará e no Rio, além de contar com uma empresa de energia renovável, uma termelétrica e uma conversora. O CEO da empresa disse que, no ano passado, conseguiu dobrar a qualidade dos serviços prestados no Brasil, reduzindo em até 40% as interrupções e fornecimento de energia.

A empresa está disposta a participar do leilão previsto para novembro deste ano no Brasil, quando o Ministério de Minas e Energia vai contratar energia de reserva de fontes solar e eólica. Os contratos negociados no leilão terão prazo de 20 anos, com início de suprimento em novembro de 2018.

Para ampliar sua participação em mercados emergentes, os executivos da multinacional apostam em um aumento de 30% do consumo per capita de energia e na inclusão de 800 milhões de pessoas na classe media até 2030 em países latino-americanos, asiáticos e africanos. Até 2019, a Enel pretende injetar R$ 117 bilhões em manutenção e expansão de seus negócios.

ÁFRICA

A África também faz parte do plano de investimentos da multinacional nos próximos cinco anos. "Pela primeira vez, a África do Sul aparece nos nossos planos estratégicos", disse Francesco Starace.

No mapa, outros países da África Oriental ganham destaque. A Ásia, por sua vez, aparece nos planos de longo prazo da Enel.

Os mercados emergentes são prioridade. Apesar disso, a empresa acredita que ainda há espaço para expansão em mercados maduros, como o Europeu, em especial com investimento em tecnologia digital e modelos de negócios que incluam maior interação com os clientes.


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