Folha de S. Paulo


Para ministro, acordo automotivo com México compensa queda no Brasil

Para o Ministro de Estado de do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, a renovação do acordo automotivo do Brasil com o México é "uma forma de compensar a diminuição do mercado doméstico".

Pelo acordo, renovado nesta segunda (9), será mantido o regime de cotas para o comércio de carros entre os dois países. Até março de 2019, Brasil e México poderão exportar um para o outro sem o pagamento de Imposto de Importação.

No entanto, a cota de exportação foi reduzida no novo acordo do atual US$1,64 bilhão para US$ 1,56 bilhão nos primeiros doze meses.

Depois, o ritmo de crescimento anual no valor das cotas será de 3%. No contrato anterior, ele era de 7,5% para 2013-2014 e 5,1% para 2014-2015.

"Eu considero que o acordo traduz um ponto de equilíbrio, considerando as condições presentes hoje na atual conjuntura. Do nosso ponto de vista, o mercado doméstico do Brasil vive um momento de certa contração. No ano passado vivemos uma queda nas vendas domésticas da ordem de 7,5%. Uma pequena redução da cota traduz exatamente esse ajuste. É uma forma, ao meu ver, de compensar um pouco essa diminuição do mercado doméstico, preservando o sistema de cotas que, ao meu ver, é o mais adequado visando algumas assimetrias no comércio bilateral nessa área", declarou o ministro na cerimônia de assinatura do novo contrato, nesta segunda, no Rio.

Monteiro afirmou ainda que o acordo prevê o livre-comércio a partir de 2019.

"Se busca, ao final, chegar a uma situação de livre-comércio. Isso está previsto no contrato. Mas temos que reconhecer que ainda há assimetrias que tornam o acordo importante", disse Monteiro.

Questionado sobre quais seriam elas, Monteiro declarou que "há características da produção mexicana hoje, como ela se integra à economia americana e como se dá esse processo de integração, que criam essas tais assimetrias. Isso favorece a produção do México. Esperamos que nestes quatro anos se possa criar condições para uma relação mais equilibrada e que isso estimule o Brasil a ter maior exposição".

Para o Secretário de Economia dos Estados Unidos Mexicanos, Ildefonso Guajardo Villareal, o acordo traz previsibilidade às montadoras. Segundo ele, a venda de carros e autopeças representa 46% do total de comércio entre Brasil e México, o que corresponde a US$9 bilhões.

O valor de conteúdo regional, porcentual de peças nacionais exigido na produção dos veículos, se manterá nos 35%. Na negociação anterior, estava previsto o aumento do conteúdo regional para 40% em 2016.

No novo acordo, o sistema de compartilhamento na distribuição de cotas será de 30% para o país importador e 70% para o exportador. No acordo anterior, não havia previsão de compartilhamento.


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