Folha de S. Paulo


Desemprego nos Estados Unidos tem queda acima da prevista e vai a 5,5%

A geração de empregos nos Estados Unidos cresceu acima do esperado em fevereiro. De acordo com dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta sexta-feira (6), foram criados 295 mil postos no período, acima da previsão do mercado, de 240 mil.

Foi o 12º mês seguido em que a geração de vagas ficou acima de 200 mil. A taxa de desemprego terminou o mês em 5,5%, menor que a de 5,7% de janeiro.

A criação de vagas em fevereiro ocorreu nos setores de alimentos e bebidas, serviços profissionais e financeiros, construção, saúde e transporte.

Mas, ainda que o cenário seja positivo no emprego, a renda dos trabalhadores não apresenta sinais de crescimento regular. O salário médio teve alta de três centavos, para US$ 24,78 por hora –em janeiro, a alta havia sido de 12 centavos. Em 12 meses, a renda média avançou 2,0%.

Além disso, a taxa de participação na força de trabalho –empregados e pessoas procurando emprego– caiu para 62,8% no mês passado, contra 62,9% em janeiro. O índice está próximo dos menores níveis desde os anos 1970.

Os dados divulgados nesta sexta também mostram que a geração de emprego em janeiro foi um pouco menor que o inicialmente previsto. Foram gerados 239 mil postos no mês, ante os 257 mil divulgados anteriormente.

Os dados de dezembro também foram revisados, mas a criação de vagas no mês permaneceu em 329 mil.

JUROS

Os dados de emprego e renda são monitorados de perto pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) para decidir quando iniciar um novo ciclo de elevação dos juros básicos no país.

O mercado previa que a alta fosse anunciada em junho. Mas a divulgação de dados contrastantes e de uma desaceleração do ritmo de crescimento do PIB, para 2,2% no último trimestre, levou parte dos economistas a adiar a previsão para setembro.

A presidente do Fed, Janet Yellen, já sinalizou que a autoridade monetária não tem pressa para elevar os juros.

"A situação do emprego no país vem melhorando em várias dimensões", disse Yellen ao Congresso no fim de fevereiro. "Apesar disso, o crescimento da renda ainda é lento, e a inflação continua bastante abaixo do nosso objetivo de longo prazo [de 2%]", disse.

Segundo ela, caso as condições econômicas continuem melhorando, "como esperado", o Fed começará em algum momento a considerar, reunião a reunião, um aumento na taxa de juros, não sem antes sinalizar a mudança ao mercado.

A cautela da presidente reflete o desejo da autoridade monetária de evitar uma turbulência nos mercados financeiros até que tenha mais clareza sobre a saúde da maior economia mundial.

A taxa de juros norte-americana está entre zero e 0,25% desde 2008. A autoridade monetária afirmou, após sua última reunião, que não deve elevar os juros nas próximas duas reuniões, em março e abril.


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