Folha de S. Paulo


Governadores criticam política de Dilma para etanol e açúcar

Governadores de cinco dos sete maiores Estados produtores de etanol e açúcar se reuniram nesta quinta-feira (5), em Goiânia, para cobrar do governo Dilma Rousseff políticas "mais seguras" para o setor sucroenergético.

Na reunião, os governadores de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo apontaram as dificuldades do setor e criticaram as "medidas e anúncios improvisados" da União.

"Num momento em que o etanol brasileiro se firmava como fonte importante de energia renovável no mundo, tivemos uma redução drástica das políticas de apoio por parte da União", disse Marconi Perillo (PSDB-GO). Segundo ele, o setor "acabou ficando para trás por causa de uma priorização ao pré-sal".

Lucas Lacaz Ruiz - 8.nov.2012/Folhapress
Plantação de cana-de-açúcar em Goiás, que recebeu reunião de governadores para falar do setor
Plantação de cana-de-açúcar em Goiás, que recebeu reunião de governadores para falar do setor

O governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), admitiu que o encontro, que reuniu quatro governadores tucanos, também discutiu a crise política. Convidado, Fernando Pimentel (PT), de Minas, não compareceu.

Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) acrescentou que o setor está sob "uma extrema dificuldade por uma política equivocada".

Os cinco assinaram uma carta endereçada a Dilma em que pedem, por exemplo, o aumento do porcentual de etanol misturado à gasolina para 30%. Nesta semana, o governo federal anunciou que o índice subirá de 25% para 27% a partir do dia 16.

Os governadores pedem ainda a renegociação da dívida do setor.

'MEDIDAS IMPROVISADAS'

O tucano Beto Richa, do Paraná, disse que os produtores precisam de "políticas que tragam segurança ao setor produtivo, e não medidas e anúncios improvisados".

Geraldo Alckmin (PSDB-SP) disse que, "num momento de dificuldade de produção de energia, energia cara", é importante gerar bioenergia com um custo menor de transmissão e com menor perda.

Segundo os governadores, a carta com as reivindicações será entregue à presidente e a alguns ministros.

Já o governo federal afirma que o aumento do peso do álcool na mistura da gasolina para 27% terá um impacto positivo na industria sucroalcooleira.


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