Folha de S. Paulo


Mercadoria paraguaia corresponde à 17ª maior indústria do Brasil

A indústria brasileira é duramente atingida pelo comércio ilegal de mercadorias, que também impacta a arrecadação e o mercado de trabalho do país.

Ricardo Coelho, diretor do Departamento de Segurança da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), afirma que em outubro foi realizado um seminário com entidades ligadas a diversos setores da economia sobre ilegalidade para a indústria e foi constatado, na ocasião, as mercadorias do Paraguai representavam o equivalente à 17ª maior indústria do país em valor líquido de vendas.

"Cerca de R$ 782 bilhões são comercializados anualmente com produtos ilegais. Esse montante só é inferior ao PIB [Produto Interno Bruto] do México, Brasil e Argentina", afirma Coelho.

Nesse mesmo evento, diz o representante da Fiesp, foi apresentado o caso do Estado do Pernambuco, que adotou medidas normativas e tecnologia para retirar do mercado os garrafões de água clandestinos.

A atitude levou ao aumento de 500% na arrecadação e algo parecido, de acordo com Coelho, no faturamento das empresas.

A rastreabilidade das mercadorias é uma das medidas defendidas pela Fiesp, assim como a redução da carga tributária.

"Com a rastreabilidade, o consumidor passa a ser parte da cadeia de monitoramento da mercadoria. No Japão, eles criaram uma comissão para tratar de rastreabilidade como uma forma de melhorar o desempenho econômico do País", diz Coelho.

Em relação à carga tributária, ele destaca que os impostos pagos pelos produtos nacionais são o grande obstáculo à competitividade da indústria brasileira.

"O alto custo de produção favorece o mercado ilegal", finaliza o representante da Fiesp.


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