Folha de S. Paulo


Carro é incendiado em rodovia paralisada por caminhoneiros no RS

O protesto dos caminhoneiros, que completa 12 dias nesta segunda-feira (2), teve registros de violência em rodovias do Rio Grande do Sul. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal gaúcha, os transportadores de cargas usaram pedras contra motoristas que não aderiram ao movimento e pneus queimados nos bloqueios próximos às cidades de Camaquã e Canguçu –no sul do Estado.

A situação foi mais crítica em Camaquã (127 km de Porto Alegre). A partir das 21h, o posto policial da corporação recebeu chamados de ocorrências em quatro pontos diferentes da BR-116. No quilômetro 405, uma árvore foi cortada e colocada no meio da via, atrapalhando a passagem de carros no local. Junto dela, pneus foram queimados.

A PRF foi chamada e, ao chegar no local, foi recebida com pedradas pelos manifestantes, que não foram identificados.

Pedras também foram lançadas em carros de passeio e caminhões que tentavam atravessar o bloqueio no quilômetro 407. Um caminhão teve seu para-brisa avariado por uma pedrada no quilômetro 389.

Já no quilômetro 397, por volta das 21h30, um Voyage foi interceptado e incendiado. O carro ficou no meio da pista e, por alguns instantes, atrapalhou o trânsito de veículos na rodovia.

Nas proximidades de Canguçu (270 km da capital gaúcha), pneus foram incendiados em três pontos diferentes: nos quilômetros 520 e 481 da BR-116 e no quilômetro 66 da BR-392. Apesar do fogo na pista, o obstáculo foi deixado à margem da rodovia e não atrapalhou o tráfego local.

No momento, caminhoneiros que não aderiram aos protestos estão optando por estacionar seus veículos ao lado de um posto da PRF-RS. Três motoristas que tentaram atravessar o bloqueio no quilômetro 397 foram conduzidos a um posto de gasolina pelos manifestantes e obrigados a interromper suas viagens.

Outros caminhoneiros afirmaram à Folha que vão trocar os bloqueios por paralisações nesta segunda.

HISTÓRICO

Os protestos dos caminhoneiros contra o aumento do diesel e pela alta do valor do frete –entre outras reivindicações– perderam a força que tiveram na semana passada. No auge das manifestações, na quarta (25), a categoria bloqueou 129 trechos em 14 Estados -incluindo SP.

Devido à avaliação de que a greve dos caminhoneiros está praticamente terminada, o governo começará nesta segunda-feira (2) a concretizar as promessas feitas aos motoristas na semana passada.

Segundo a assessoria do Planalto, a presidente Dilma Rousseff irá sancionar, sem vetos, a chamada Lei dos Caminhoneiros e encaminhar ao Congresso as normas para suspender por um ano os pagamentos das dívidas de duas linhas de crédito do BNDES para adquirir caminhões –Finame e ProCaminhoneiro.


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