Folha de S. Paulo


Empresas focam no público feminino

Antes de abrir seu centro de treinamento exclusivo para motoristas mulheres, a instrutora e empresária Carla Muller decidiu que todos os carros tinham de ser rosa.

"A maioria das mulheres gosta da cor. Quis ter esse diferencial para que elas se sentissem realizadas, em um mundo de criança, da Barbie. E chama muita atenção."

A Mulheres no Trânsito atende as que já possuem habilitação, mas têm dificuldade ou medo de dirigir.

A empresa possui cinco carros e cinco instrutoras. Dos nove funcionários, só um é homem -ele cuida da segurança e faz serviços gerais.

"Uma instrutora entende quais são as rotinas e as dificuldades da motorista e consegue dar um apoio psicológico", diz Muller.

A companhia foi aberta na zona sul de São Paulo em outubro do ano passado com investimento de R$ 225 mil, conta Muller. Ela já atendeu 150 motoristas, que pagam a partir de R$ 450 pelo pacote de cinco aulas e duas sessões de assistência psicológica.

Outra empresa que não quer saber de clientes homens é a rede de franquias de academia Curves.

Glauco Della Vega, 35, sócio da empresa, diz que seu público são mulheres mais velhas, de 41 anos em média, que não se sentem à vontade ao fazer ginástica em ambientes mistos.

"Nossa ideia é atender aquela mulher que não quer passar pelo julgamento dos outros e quer ter resultados."

As aulas (feitas em circuitos de meia hora) e os equipamentos usados também são próprios para o corpo feminino, diz.

Não há professores nas academias e até os poucos homens donos de franquias só podem entrar nas unidades entre 12h e 15h, quando estão fechadas.


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