Folha de S. Paulo


Protesto de caminhoneiros afeta abastecimento de frutas em São Paulo

O protesto dos caminhoneiros, que bloqueiam rodovias em 12 Estados, já começa a afetar o abastecimento de frutas na Ceagesp.

O entreposto registra uma queda de 10% no recebimento de frutas produzidas na região Sul do país, como melancia, maçã, pera e ameixa. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina estão entre os Estados mais afetados pela manifestação dos caminhoneiros.

Atacadistas também apontam que, a partir do final desta semana, a oferta de produtos como banana, mamão e morango também pode diminuir.

Editoria de Arte/Folhapress

As cargas dessas mercadorias estão paradas em Governador Valadares (MG) e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG) e de Curitiba (PR). Segundo a assessoria de imprensa do entreposto, há carregamentos retidos nas rodovias desde o último domingo (22), o que já ocasionou perdas.

O abastecimento de verduras, legumes e hortaliças, no entanto, ainda não é afetado, pois cerca de 80% desses alimentos vendidos na Ceagesp são produzidos no Cinturão Verde de São Paulo, região que abrange cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Jundiaí –região onde ainda não há bloqueio de rodovias.

De acordo com a assessoria de imprensa da Ceagesp, ainda não é possível estimar o impacto da greve nos preços das frutas. O próximo levantamento de preços no entreposto deve ser realizado no início da próxima semana.

COMBUSTÍVEL

Ao contrário do que ocorreu em regiões dos Estados do Sul do país e no Mato Grosso, São Paulo não enfrenta escassez de combustível. Segundo José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro (sindicato dos postos), o Estado –principalmente a região metropolitana de SP– não foi afetada porque as rodovias que ligam os centros distribuidores às principais cidades não foram bloqueadas.

"Ainda não tivemos queixa dos postos de São Paulo. A Castello Branco, por exemplo, não teve problema", diz. Barueri, que tem ligação com a rodovia, concentra um polo distribuidor de combustível.

Os caminhoneiros, que iniciaram os protestos na última quarta-feira (18) pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho.


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