Folha de S. Paulo


Nova presidente da Caixa diz que não há decisão sobre abertura de capital

A nova presidente da Caixa, Miriam Belchior, afirmou que ainda são necessários estudos sobre a viabilidade de se vender ou não parte do capital do banco estatal para investidores privados. Ela afirmou que não foi tomada nenhuma decisão até o momento sobre o assunto.

Miriam assumiu nesta segunda-feira (23) o comando do banco estatal, em cerimônia na qual houve protestos de convidados contra a possibilidade de abertura do capital da instituição.

Em seu discurso de posse, a presidente da Caixa destacou o avanço do banco nos últimos anos em várias áreas, como no crédito, mas afirmou que, daqui em diante, o objetivo é sustentar o patamar alcançado até aqui. Afirmou também que a Caixa deve estar comprometida com a nova política econômica.

"Colocarei a Caixa a serviço das políticas priorizadas nesse segundo mandato da presidente Dilma Rousseff", afirmou.

Uma das mudanças anunciadas pela nova equipe econômica é o fim da injeção de recursos para sustentar a expansão dos bancos estatais, que contribuiu para aumentar a dívida pública nos últimos anos.

O ministro Joaquim Levy (Fazenda), que também discursou na cerimônia, afirmou que a melhora nas contas públicas proposta pela nova equipe é importante também para manter a saúde financeira da Caixa.

"A época de incerteza fiscal teve um custo imenso para a Caixa", afirmou. "Houve um tempo em que a Caixa esteve em risco, e ela saiu do risco porque as ações certas foram tomadas."

Entre as ações certas, Levy citou o saneamento do banco promovido no governo FHC (1995-2002).

O ministro disse também que o banco tem um papel social, mas, como empresa do setor financeiro, tem de seguir critérios de análise de crédito e eficiência.

Afirmou ainda que o governo vai conseguir fazer todas as ações necessárias para recuperar sua força fiscal, o que permite, por exemplo, que haja estabilidade econômica e que a poupança de cada um continue valendo. "A presidente Dilma Rousseff tem tido grande coragem de avançar nessas políticas."


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