Folha de S. Paulo


Após subir mais de 7%, Petrobras passa a oscilar na Bolsa; dólar sobe

Em dia instável, a Bolsa brasileira opera em alta nesta quarta-feira (4). As ações da Petrobras, que chegaram a subir mais de 7%, oscilam bastante nesta tarde.

Às 14h35, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em alta de 0,76%, para 49.699 pontos. Das 68 ações listadas no índice, 30 tinham valorização, 36 queda e duas se mantinham inalteradas no horário.

O destaque do dia são as ações da Petrobras, que oscilam bastante após subirem na esteira da confirmação da saída de Graça Foster do comando da petrolífera. Às 14h33, as ações preferenciais da empresa, as mais negociadas, subiam 1,80%, para R$ 10,18. Os papéis ordinários, com direito a voto, tinham alta de 2,75%, para R$ 10,06.

Logo após a confirmação da saída da presidente, os papéis preferenciais chegaram a subir 7,80% e os ordinários, 8,27%, mas perderam força ao longo do pregão.

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira que Graça e cinco diretores renunciaram a seus cargos, conforme antecipado pela Folha na terça-feira.

Em comunicado divulgado na manhã desta quarta, a empresa informou que o conselho de administração da estatal se reunirá na próxima sexta-feira (6) para eleger nova diretoria.

"As ações tiveram um desconto muito grande no preço após os investidores perderem a confiança nos diretores da empresa. Não que eles agissem de má fé, mas, por melhor que fossem, perderam a credibilidade do mercado", afirma Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Corretora.

"Quando a empresa anuncia que vai trocar a administração, sinaliza para o mercado que quer chegar próximo de uma transparência um pouco melhor do que a que teve até agora", completa. Para Cardoso, o escolhido deve ser um bom gestor e alinhado com o mercado. "Ninguém vai assumir sem saber o tamanho do buraco", diz.

As ações da Vale caem após três pregões seguidos de alta. Às 14h34, os papéis preferenciais tinham queda de 1,49%, para R$ 17,78, e os ordinários caíam 1,29%, para R$ 20,60, no mesmo horário.

No exterior, a China decidiu nesta quarta-feira cortar os compulsórios, volume de dinheiro que os bancos devem manter como reservas. É o primeiro corte abrangente para o setor em mais de dois anos e meio, conforme aumenta esforços para fortalecer o crescimento da segunda maior economia do mundo.

A taxa de compulsório será reduzida em 0,5 ponto percentual, disse o Banco do Povo da China em comunicado em seu site. O corte entrará em vigor a partir de 5 de fevereiro e levará a taxa de compulsório para grandes bancos a 19,5%.

CÂMBIO

O dólar opera em alta em relação ao real nesta quarta-feira. Às 14h34, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,63%, para R$ 2,725. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha leve alta de 1,15%, para R$ 2,725, no mesmo horário.

A moeda americana reforçou sua tendência de alta após dados de emprego nos Estados Unidos alimentarem expectativas de aperto monetário na maior economia do mundo. O setor privado dos EUA criou 213 mil postos de trabalho em janeiro, abaixo das expectativas. O resultado foi compensado pela revisão para cima do dado de dezembro, que subiu 12 mil, a 253 mil, reforçando as apostas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pode elevar os juros ainda neste ano.

O Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo 2.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 800 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.200 contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98 milhões.

O BC também vendeu a oferta integral de 13.000 contratos de swap para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 18% do lote total.


Endereço da página:

Links no texto: