Folha de S. Paulo


GM anuncia plano para cortar 1.500 funcionários em fábricas de São Paulo

A General Motors confirmou nesta terça-feira (3) a abertura de um plano de demissão voluntária (PDV) aos trabalhadores das fábricas da Chevrolet de São Caetano do Sul, no ABC paulista, e em São José dos Campos, no interior de São Paulo. A informação havia sido adiantada pela Folha na semana passada.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, a montadora espera cortar cerca de 1.500 postos de trabalhos nas duas unidades.

A empresa determinou por tabela o pagamento de um a cinco salários por cada ano trabalhado. Os funcionários não aposentados que aderirem ao plano receberão o acordado em tabela e a prorrogação do plano de saúde por mais quatro meses. Os trabalhadores já aposentados receberão, além dos salários nominais para cada ano trabalhado, mais dois salários adicionais e o plano de saúde será estendido por um ano.

Aos funcionários que estão até 18 meses próximos da data da aposentadoria, está garantida a estabilidade até o último dia de trabalho. Eles também receberão os salários nominais para cada ano de casa, além de até 12 salários extras.

Os cerca de 300 trabalhadores em situação restrita –ou seja, com doenças profissionais– e que estão até três anos da aposentadoria receberão os salários nominais por tempo de serviço, três salários adicionais e salário bônus proporcional ao tempo remanescente para aposentadoria: faltando até quatro anos para se aposentar, o bônus é de até 17 salários extras; cinco anos, 18 salários; e assim sucessivamente até 12 anos de aposentadoria. Esses trabalhadores também terão direito a um carro zero quilômetro, modelo Prisma 1.0 LT 2015.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul disse considerar justa a proposta da empresa apresentada aos trabalhadores, uma vez que entende o cenário de crise do setor automotivo.

A preocupação da entidade agora é com os 904 trabalhadores que estão em lay-off, que devem retornar ao trabalho no próximo dia 9 de abril.

Se não houver adesão suficiente ao PDV, o sindicato teme que estes funcionários sejam desligados, a exemplo do ocorrido com os trabalhadores da Volkswagen, no início de janeiro.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos disse que "o PDV é uma medida desnecessária" na fábrica e cobra da empresa os investimentos prometidos em acordo entre as partes.

Em nota, a General Motors do Brasil não informou a expectativa de funcionários que irão aderir ao PDV, mas esclareceu que "a medida tem como objetivo adequar a produção à atual demanda do mercado".

colaborou NICOLAS ANDRADE


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