Folha de S. Paulo


Grupo no WhatsApp vira central de negócios para pizzarias de São Paulo

Redes sociais podem tirar o foco e queimar tempo de trabalho. Membros da Associação Pizzarias Unidas (APU) conseguiram, porém, transformar um grupo no serviço de mensagens WhatsApp em uma fonte de negócios e dicas. O desafio é não deixar que "vire bagunça" –eles não revelam o número por causa disso.

A comunidade surgiu em abril de 2014, depois de membros da associação de donos de pizzarias de São Paulo viajarem para uma feira do setor em Las Vegas –parcialmente bancados pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Adriano Vizoni/Folhapress
Gustavo Cardamoni, que usa grupo para distribuir receitas e ter ideias para suas pizzarias
Gustavo Cardamoni, que usa grupo para distribuir receitas e ter ideias para suas pizzarias

"Criamos um grupo com quem viajou e depois um dos associados", lembra Carlos Zopetti, vice-presidente da associação. Esse último conta com 71 membros.

Manter o foco é um dos desafios. "Às vezes estamos numa conversa produtiva e alguém corta e diz 'bom dia, Jesus abençoe vocês', outro responde e aquilo já se perdeu."

Gustavo Cardamoni, 37, dono de três pizzarias em Santo André, diz que pelo menos cinco participantes copiaram uma receita sua de pizza de abobrinha e mozarela de búfala. Acompanhando as conversas, ele resolveu investir em cupons de desconto distribuídos em prédios.

"Sempre martelei que panfletar não dá retorno, mas vi que o pessoal conversava muito disso no grupo como forma de fixar a marca."

Ele também encontrou na comunidade Sérgio Miguel Lopes, 38, que fabrica máquinas para achatar a massa em forma de disco. Comprou uma para cada unidade por menos da metade do preço de concorrentes.

Lopes, que também é dono de cinco pizzarias em Araçatuba e Birigui, no interior de São Paulo, diz que já vendeu 15 máquinas pelo grupo de WhatsApp. O equipamento custa R$ 7.590.

O advogado da associação, Adalmir Monteiro, também participa e soluciona dúvidas coletivas.

"Outro dia sugeriram publicar no jornal o nome de um funcionário que estava faltando. Expliquei que o correto era fazer uma notificação por telegrama", conta.


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