Folha de S. Paulo


Ações da Petrobras voltam a desabar e derrubam Bolsa

As ações da Petrobras voltaram a desabar nessa quinta-feira (29), empurrando a Bolsa brasileira para o vermelho, ainda com avaliações negativas em relação ao balanço não auditado da companhia no terceiro trimestre de 2014, que não contabilizou perdas com corrupção.

Após caírem mais de 10% na véspera, as ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, tinham desvalorização de 5,09%, para R$ 8,57, às 11h30 (de Brasília). Já as ordinárias, com direito a voto, cediam 6,26%, para R$ 8,09.

O desempenho empurrava o Ibovespa para baixo. O índice registrava recuo de 1,07%, para 47.186 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 801 milhões. A preocupação de analistas é que a crise na estatal prejudique outras empresas e afete o já enfraquecido desempenho econômico do país, por isso a maioria das ações do Ibovespa tinha queda.

O papel preferencial do Bradesco, que chegou a subir mais cedo refletindo o resultado de 2014, passou a ter desempenho negativo. Às 11h30, a baixa era de 0,85%, para R$ 34,84. O setor bancário é o segmento com maior peso dentro do Ibovespa.

O segundo maior banco do país registrou lucro líquido de R$ 15,089 bilhões no ano passado, um salto de 25,6% sobre o valor visto em 2013. Também houve crescimento de 6,5% da carteira de crédito em 12 meses.

Mas o avanço dos financiamentos ficou abaixo da meta estipulada pelo próprio banco, que era de uma expansão entre 7% e 11% em 2014. Para 2015, a projeção passou a ser de apenas um dígito: alta entre 5% e 9%.

O analista Carlos Daltozo, do BB Investimentos, avalia os números do Bradesco como positivos. "Este resultado só foi possível devido à aposta certeira que o banco fez na diversificação de suas fontes de receitas, diminuindo a dependência do crédito, e na melhoria dos indicadores de eficiência operacional, com rigoroso controle de despesas operacionais", diz em relatório.

CÂMBIO

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,82% sobre o real, às 11h30, para R$ 2,600 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 0,84%, para R$ 2,599.

O Banco Central do Brasil deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 2.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por US$ 98,4 milhões.

A autoridade também promoverá, até o final da manhã, um outro leilão para rolar até 10 mil contratos de swap que vencem em 2 de fevereiro. Até o momento, o BC já rolou cerca de 89% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, equivalente a US$ 10,405 bilhões.


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