Folha de S. Paulo


Toyota prevê recuo nas vendas sob impacto de Brasil e Japão

A Toyota prevê queda nas vendas anuais em 2015, com risco de a desaceleração nos mercados emergentes pôr fim ao reinado de três anos da montadora japonesa como líder de vendas no mundo.

A companhia informou nesta quarta (21) que mantinha a liderança, com vendas combinadas de 10,23 milhões de carros e veículos comerciais em 2014 -superando a alemã Volkswagen, que vendeu 10,14 milhões de veículos. A GM vendeu 9,92 milhões.

Embora o iene fraco ajude a elevar um lucro que já é recorde, a perspectiva para o ano que começa é incerta, com a Toyota -incluindo as subsidiárias Daihatsu e Hino- prevendo queda de 1% das vendas, para 10,15 milhões. A Volkswagen e a GM não divulgaram projeções.

A montadora prevê queda de vendas no Brasil, que passou parte de 2014 em recessão técnica, e crescimento zero na Europa. Nos EUA, a expectativa é de avanço de 3%.

Divulgação
O Toyota Hilux SRV Flex 4x2
O Toyota Hilux SRV Flex 4x2

Apesar do bom desempenho na América do Norte, onde vende 28% de seu volume, a Toyota ficou para trás dos rivais na China, hoje o maior mercado de automóveis.

A Toyota espera vender 1,1 milhão de veículos na China em 2015, um avanço de 6,6%, ante os 13% do ano passado. Mas Volkswagen e GM vendem cada qual 3,5 milhões de veículos ao ano no país.

"O desempenho abaixo do normal da Toyota na China é a questão para eles", disse Philippe Houchois, analista do banco UBS.

Desde a crise do recall de veículos da montadora em 2009, centrada em carros que podiam passar por episódios de aceleração súbita, o foco da Toyota passou a ser a lucratividade e a qualidade.

Akio Toyoda, presidente-executivo da montadora, disse, sobre a era anterior à crise, que "éramos uma árvore que crescia rápido demais".

Toyoda também se mostra cuidadoso quanto à expansão da produção, e seu foco é mais maximizar a capacidade das fábricas existentes.

Assim, a empresa pretende observar o prazo de sua moratória na construção de novas fábricas, que expira em março de 2016, e acelerar as vendas nos anos seguintes.

Boa parte da queda projetada para 2015 é atribuída à Daihatsu, subsidiária para carros compactos que deve sofrer recuo de 15% em suas vendas no Japão. O movimento ocorre após um pico de demanda logo antes da elevação do imposto sobre consumo no país, em abril último.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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