Folha de S. Paulo


Em cafeteria americana, clientes pagam para brincar com gatos

Em um domingo de sol, Eddie Metairie estava circulando pelo Cat Town Cafe & Adoption Center, em Oakland, na Califórnia, entre miniaturas de edifícios, almofadas e uma caminha em forma de lata de atum. Ele seguia Lucia, uma gata marrom muito independente.

Ir a um abrigo de animais para procurar um gato é "de cortar o coração", diz Metairie, que trabalha como gerente de projetos. Já o Cat Town Café "parece orgânico". Ele estava se divertindo.

Jim Wilson/The New York Times
A cafeteria em Oakland, Califórnia, já ajudou 50 gatos a encontrarem um lar
A cafeteria em Oakland, Califórnia, já ajudou 50 gatos a encontrarem um lar

Quando sua hora de brincadeiras com os animais (ao preço de US$ 10) se esgotou, Metairie já tinha planos de levar a gata para casa e mudar seu nome para Amélie.

O Cat Town Café & Adoption Center, inaugurado no final de outubro, até o momento já intermediou ao menos 50 adoções e diz ser o primeiro café permanente para adoção desses animais nos Estados Unidos. Os frequentadores fazem fila para consumir o café forte torrado localmente, bagels artesanais e bolachas "pop tarts" veganas com figo e frutas secas.

Quando é hora de conferir a área dos bichos, os visitantes passam por portas de vidro e entram em outro mundo, repleto de gatos comodamente instalados, todos candidatos a adoção. Não há gaiolas.

Embora os frequentadores possam considerar esses cafés como uma espécie de playground para adultos que curtem felinos, a intenção dos estabelecimentos é séria.

Estima-se que 1,4 milhão de gatos (e 1,2 milhão de cachorros) sejam sacrificados por ano nos Estados Unidos, diz Matt Bershadker, presidente da Sociedade Americana de Prevenção da Crueldade Contra os Animais, em Nova York. "Um esforço inovador para encorajar adoções é extremamente importante."

Ann Dunn, uma das sócias do Cat Town Cafe, dirige uma organização de resgate que encontra lares para esses bichos. Ela diz que, "se convidássemos as pessoas para vir conhecer um gato e adotá-lo, elas provavelmente não viriam". Mas café e doces parecem um bom atrativo.

Ela conheceu Adam Myatt, que produzia calendários com fotos de gatos de rua fotografados em seu bairro em Oakland. Eles arrecadaram US$ 40 mil no site de financiamento Indiegogo para iniciar o projeto.

Entretanto, os dois afirmam que Lucrar nunca foi o objetivo; o que importa é salvar os gatos.


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