Folha de S. Paulo


Agência de risco Moody's coloca nota da Petrobras em revisão para baixo

A agência internacional de classificação de risco Moody's colocou a nota de crédito Baa2 da Petrobras em revisão para possível rebaixamento. Esse é o passo anterior a um corte, o que significa que a agência vai analisar nas próximas semanas informações sobre a estatal que podem embasar uma redução.

Com uma mudança assim, a petroleira passaria a ter nota Baa3 e ficaria a apenas um passo de perder o grau de investimento, espécie de selo de que a empresa é um boa opção para se investir. Hoje, a estatal está dois níveis acima pela escala da agência (veja quadro abaixo).

De acordo com a Moody's, a revisão reflete preocupações quanto a potenciais pressões caso a companhia não cumpra as exigências no que diz respeito à publicação de resultados financeiros, levando os investidores a acelerar os resgates.

Ainda segundo a agência, ações adicionais referentes à nota poderão ser tomadas caso o prazo de publicação dos resultados se aproxime sem progressos. A Petrobras tem adiado a divulgação de seu balanço não auditado.

REBAIXAMENTOS ANTERIORES

No início do mês, a Moody´s já havia reduzido a nota individual da Petrobras (que considera a empresa de forma independente de seu controlador, a União), assim como a da Eletrobras. Nos dois casos, as notas de classificação mais importante foram preservadas.

E no último dia 17, outra agência de classificação de risco, a S&P (Standard and Poor´s) rebaixou o perfil de crédito individual da Petrobras de BBB- para BB. A mudança significou que, considerada de forma independente de seu controlador, a estatal passou a ter uma nota correspondente ao chamado grau especulativo.

O grau especulativo indica que a empresa tem um risco considerável de calote de sua dívida. A S&P reafirmou, no entanto, a nota de crédito corporativo da petroleira em BBB-, o mais baixo patamar do grau de investimento, devido à grande probabilidade de "ajuda extraordinária pelo governo", em caso de dificuldade financeira.

EMPRESAS RELACIONADAS

Na última quinta-feira (18), a S&P rebaixou a nota de cinco empresas fornecedoras de equipamentos e serviços para a Petrobras, cuja avaliação já havia sido revisada para pior.

Como as demais empresas não têm o mesmo suporte do governo, a agência decidiu rebaixar as notas da Odebrecht Offshore Drilling Finance (de BB- para BB), da Odebrecht Óleo e Gás (de BBB- para BB+), da QGOG Constellation e da Sete Brasil Participações (ambas de BB+ para BB) e do Schahin II Finance (de BBB- para BB).

Na visão da S&P, a crise da Petrobras dificulta o acesso a capital e pode ocasionar limitações de caixa para pagamentos aos fornecedores nos próximos meses.

Apesar do problema de caixa, a agência reconheceu que a maioria dessas empresas tem contratos de longo prazo com a Petrobras, o que suaviza o impacto na cadeia de petróleo e gás.

Editoria de Arte/Folhapress
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COMO AS AGÊNCIAS DEFINEM AS NOTAS PARA AS EMPRESAS Entenda os critérios em cada fase da avaliação de risco

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