Folha de S. Paulo


Petrobras sobe mais de 1% e ajuda Bolsa a se manter no azul; dólar cai

O avanço das ações da Petrobras e a trégua na aversão ao risco global colaboram para que o principal índice da Bolsa brasileira opere no azul nesta sexta-feira (19).

Às 12h40 (de Brasília), o Ibovespa tinha valorização de 0,69%, para 48.829 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,219 bilhão.

No mesmo horário, as ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras subiam 1,69%, para R$ 9,62 cada uma. Já os papéis ordinários da estatal mostravam avanço de 1,66%, para R$ 9,17 cada um.

Segundo analistas, a petroleira é beneficiada nesta sexta pela alta nos preços do petróleo no exterior, após terem chegado ao menor valor em mais de cinco anos nesta semana.

Além disso, também ajuda a Petrobras a expectativa de mudança na diretoria da empresa, que se vê envolvida em uma série de denúncias de corrupção. Nomes de executivos do setor privado têm sido citados como possíveis cotados para assumir a companhia.

"Esta contratação seria o primeiro passo no caminho para a recuperação", escreveu em nota a clientes o ex-diretor do Banco Central Mario Mesquita, que hoje comanda a área de economia do Banco Brasil Plural.

Outra empresa que opera no azul e ajuda a sustentar a alta da Bolsa brasileira nesta sexta-feira (19) é a BRF. Às 12h40, a ação da BRF subia 2,46%, para R$ 63,01.

A empresa de alimentos anunciou na véspera que seu conselho de administração aprovou a recompra de até R$ 1 bilhão em ações.

A operação é uma forma de agregar valor aos acionistas, já que a própria companhia sinaliza ao mercado que, em sua opinião, o preço dos papéis está abaixo do que deveria estar.

As ações de Itaú (+0,52%) e Bradesco (+1,26%) também retomavam os ganhos, após novas especulações sobre eventual retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) justificarem realização de lucros nos papéis.

A Gol experimentava nova sessão de ganhos, subindo 1,53%, mesmo com a alta dos preços do petróleo e leve valorização do dólar, o que encarece seu custo operacional.

A companhia aérea recebeu melhora na recomendação pelo Credit Suisse, para "outperform" (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo em R$ 20.

CÂMBIO

No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,12% sobre o real, às 12h40, cotado em R$ 2,651 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 0,11%, para R$ 2,652.

O clima de menor aversão ao risco nos mercados globais, segundo operadores, alivia a cotação da moeda americana nesta sexta.

A menor pressão no câmbio também reflete as atuações do Banco Central. Nesta quinta, o BC fez seu leilão diário de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 195,5 milhões.

A autoridade também promoveu um novo leilão para rolar os vencimentos de 10.000 contratos de swap previstos para 2 de janeiro de 2015, por US$ 487,2 milhões.

Haverá pela tarde um reforço de um leilão de linha de crédito de US$ 2 bilhões para injetar recursos novos no mercado. É uma operação em que o BC vende a moeda estrangeira, mas com a obrigação, por parte de quem toma o empréstimo, de devolver o dinheiro após um determinado período.

Os empréstimos desse tipo têm sido utilizados pelo BC para atender a uma demanda de fim de ano por dólares, principalmente de exportadores.

Com Reuters


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