Folha de S. Paulo


Fundo multimercado diversifica aplicação para elevar rendimento

Os fundos multimercado mesclam investimentos em diversos ativos, como moedas, ações, juros e derivativos (contratos que derivam de outros ativos e têm vencimento futuro), com o objetivo de obter retornos maiores do que os fundos de renda fixa.

Com a carteira assim diversificada entre ativos de renda fixa e variável, esses fundos permitem adotar as melhores estratégias de acordo com o cenário econômico do momento e previsto.

Por isso, o retorno desse tipo de fundo está diretamente ligado à capacidade do gestor em ler o momento da economia e escolher os ativos da carteira que podem oferecer o melhor resultado de acordo com as expectativas presentes e futuras.

Como não estão restritos a um único segmento, no entanto, esses fundos acabam envolvendo diferentes fatores de risco, de moderados a mais altos.

A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) classifica os fundos multimercados em dez diferentes tipos segundo a especialidade, que reflete em parte o fator de risco ou os mercados em que atua.

Entre os tipos com maior patrimônio, segundo a Anbima, estão os multimercado multiestratégia, que podem adotar mais de uma estratégia de investimento, sem o compromisso declarado de se dedicarem a uma em particular; e os multimercado macro, que realizam operações em diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio entre outros), definindo as estratégias de investimento baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos.

Algo sempre importante a observar em fundos multimercado é se o produto escolhido pode ter alavancagem. Ela se dá quando o valor que o gestor aplica na compra de ativos vai além do capital investido pelos cotistas do fundo.

Com isso, num fundo alavancado, existe a possibilidade de perda superior ao seu patrimônio, ou seja, o investidor pode perder todo o recurso aplicado e anda ter que colocar mais dinheiro se a estratégia do gestor der errado.

Para o investidor que está começando a buscar fundos multimercados, os mais indicados são os fundos de juros e moedas, que não investem em ações e buscam retorno no longo prazo por meio de investimentos em ativos de renda fixa, mas admitem alavancagem; e os balanceados, que investem diversas classes de ativos, inclusive ações, mas não admitem alavancagem.

Além do risco, o investidor deve ter em mente que o montante inicial deve permanecer investido por pelo menos dois anos para que possa render de forma satisfatória, possibilitando que haja tempo de recuperação de eventuais perdas de ativos como ações.

Especialistas recomendam que o investidor diversifique suas aplicações e separe uma fatia menor do aporte para aplicações com maior risco, entre 15% e 30%. A partir daí, deve procurar um banco ou operadora com fundos com investimentos iniciais dentro do orçamento disponível. Há fundos que não exigem um aporte mínimo.

Por ter flexibilidade de gestão, é fundamental que o investidor se informe sobre a experiência profissional do gestor do fundo e conheça seu currículo e experiência.

E deve avaliar o desempenho do fundo pelo menos dos 12 meses anteriores. Mesmo que não haja garantia de que resultados passados se reflitam no futuro, isso ajuda a conhecer a gestão e a volatilidade dos retornos. Em todo caso, o investidor deve conhecer o prospecto e o regulamento do fundo antes de tomar a decisão.

Ainda é importante conferir as taxas de administração, que em geral ficam em torno de 2%, e de desempenho, que pode ultrapassar os 20% sobre o que exceder o índice que serve de parâmetro para o fundo.

Esses percentuais, assim como o recolhimento de Imposto de Renda, incidem sobre os rendimentos líquidos e podem comprometer os ganhos da aplicação.


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