Folha de S. Paulo


Montadoras elevam férias coletivas para reduzir estoques

A queda nas vendas de veículos e a elevação dos estoques aumentaram o período de férias coletivas em grandes montadoras neste ano. Em algumas empresas, a parada na produção chegará a 30 dias.

É o caso da General Motoros. Entre férias e folgas concedidas aos funcionários, serão 30 dias em casa. Os operários param no dia 19 de dezembro e retornarão ao trabalho em 19 de janeiro nas principais linhas de produção de São José dos Campos (SP) e São Caetano (SP).

O objetivo é adequar a produção à demanda, fraca neste ano. Segundo a Anfavea, as vendas de veículos no mercado interno caem 8,9% em 2014, até outubro.

Com a retração do mercado argentino, as exportações desabaram 40% no mesmo período, contribuindo para o acúmulo de carros nos estoques. Ao final de outubro, 143 mil veículos estavam encalhados, o maior nível do ano.

Editoria de arte/Folhapress

A unidade da Ford em São Bernardo (SP) também terá férias estendidas. Os funcionários da fábrica de carros e de caminhões terão férias de quatro semanas, a partir de 15 de dezembro. Normalmente, o recesso nas montadoras dura duas semanas.

Em outras unidades da Ford, como as de Camaçari (BA) e Tatuí (SP), o período de férias coletivas está mais parecido com o habitual: os operários só serão liberados nas semanas de Natal e Réveillon.

Os operários das fábricas da Nissan, em Resende (RJ), e da Hyundai, em Anápolis (GO), também pararão apenas nessas duas semanas.

Na Fiat, na Toyota e na Mitsubishi, ainda não há uma definição sobre o período de férias coletivas..

A Volkswagen definiu o recesso só para unidade de São Bernardo, com duração de três semanas, a partir de 15 de dezembro. Nas demais, deve anunciar o período de parada nos próximos dias.

A Peugeot informou que a produção na fábrica de Porto Real (RJ) será interrompida de 20 de dezembro a 11 de janeiro e que o número de folgas é semelhante ao de 2013.

A Renault também informou que deve adotar recesso semelhante ao de 2013.

CAMINHÕES

Com o mercado ainda mais retraído que o de automóveis, os fabricantes de caminhões também optaram por férias estendidas. Nos últimos meses, eles já vinham colocando mais o pé no freio. A produção em outubro caiu 32%, ante o mesmo mês de 2013, em resposta à queda de 13% das vendas no ano.

A Mercedes-Benz, líder na produção de caminhões no país, dispensará os funcionários das unidades de São Bernardo (SP) e de Juiz de Fora (MG) já a partir desta segunda (1º). Eles só voltam ao trabalho em 5 de janeiro.

Na linha de produção de veículos pesados e extrapesados da Volvo, os operários também ficarão em casa por mais de 30 dias. Saem em 15 de dezembro e voltam apenas em 20 de janeiro. A fabricação de pesados e semipesados será interrompida de 22 de dezembro a 19 de janeiro.

Na MAN, que fabrica os caminhões da marca Volkswagen, o recesso terá duração de três semanas, começando no dia 15 de dezembro. Na Scania, a parada será de três semanas: de 29 de dezembro a 18 de janeiro.

A Iveco informou que definirá o seu período de férias na próxima segunda-feira.


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