Folha de S. Paulo


Ausências no PMDB, PP, PROS e PR ajudaram a derrubar votação

O esvaziamento da base aliada na sessão do Congresso Nacional que impôs uma derrota ao Palácio do Planalto e provocou o adiamento da manobra fiscal para fechar as contas do governo foi motivado por baixas nas bancadas do PMDB, PR, Pros e PP.

Aliados do governo, esses partidos colocaram no plenário do Congresso menos da metade de suas bancadas. Registraram presença na sessão apenas 37 deputados e senadores do PMDB, 34 dos 60 do bloco PP-Pros, e 17 dos 36 do bloco liderado pelo PR. O PT estava melhor representado: 69 parlamentares compareceram. O quórum mínimo para votações é de 257 deputados e 41 senadores.

O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), reconheceu que a votação do projeto foi prejudicada por problemas de articulação dos governistas.

"No processo legislativo, a maioria sempre se manifesta. Ela só pode se manifestar se existir, se estiver no plenário", reclamou Renan.

Ele disse, no entanto, que o adiamento "não preocupa". "É uma oportunidade para a maioria se manifestar", completou.

Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), preside a sessão enquanto líder do DEM no Congresso vai até o seu lado para confrontá-lo
Senador Renan Calheiros preside sessão e é confrontado pelo líder do DEM no Congresso

INSATISFAÇÃO

Renan desconversou sobre a insatisfação no PMDB. "Não sei [se há insatisfação]. O PMDB não tem nenhuma ansiedade, absolutamente, com a composição do governo. Se o PMDB for chamado a participar, o PMDB do Senado vai decidir na sua bancada de que forma vai participar. Tem muita gente na bancada que não quer participar, que quer ficar numa posição de independência, e, democraticamente, o PMDB sempre encaminhou essa questão. De qualquer forma que o PMDB não quer, não guarda, repele qualquer ansiedade com relação a isso", disse.

Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) afirmou que o adiamento da votação mostrou que a presidente Dilma Rousseff está "refém de sua base aliada e que seu novo governo começa desvalorizado.

Para o tucano, Dilma só terá "anistia para o crime de responsabilidade pelos problemas nas contas públicas se atender as demandas dos aliados para a reforma ministerial.


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