Folha de S. Paulo


Dividendo é alternativa para conseguir ganhos extras

Investir em ações que proporcionam bons dividendos é uma alternativa para diversificar os investimentos para a aposentadoria, possibilitando ganhos extras com os pagamentos feitos pelas empresas a seus acionistas.

Com apetite para o risco e disposição para acompanhar o vaivém dos papéis, é possível obter ganhos superiores à média do mercado com esse tipo de investimento. Por isso, os especialistas alertam que o poupador deve destinar apenas parte da sua renda para este fim.

"É um investimento de longo prazo. Sugiro colocar, no máximo, 60% em ações", diz Fernando Leitão da Cunha, diretor da Hoya Corretora e autor do livro "Viva de Dividendos" e estudioso do tema.

Editoria de arte/Folhapress

"Se investir sistematicamente em boas empresas, em 20 ou 30 anos, terá um patrimônio que não teria em nenhuma outra aplicação", acrescenta.

Isso porque a legislação obriga as empresas de capital aberto com ações negociadas na BM&FBovespa a distribuir, pelo menos, 25% de seu lucro em dividendos ou lucro sobre capital. Mas, segundo Leitão, muitas empresas distribuem valores acima desse percentual.

Para fazer o cálculo se a compra das ações é vantajosa ao investir com essa estratégia, a pessoa deve observar o preço do papel e o que é recebido de dividendos. Se a ação custa R$ 10 e paga R$ 1 de dividendo, a rentabilidade é de 10% ao ano.

Além dos dividendos, que podem ser reinvestidos na compra de novas ações –da empresa em que já investe ou de uma outra companhia–, o aplicador deve considerar ainda a valorização dos papéis. "Quem investe em ações não deve focar só nos dividendos, mas também se a empresa tem fundamentos sólidos", alerta o planejador financeiro Filipe Villegas.

CUIDADOS

Por se tratar de um investimento de risco, é necessário ficar atento na hora de escolher as empresas. O site da Bolsa traz a lista de todas as empresas abertas, com os respectivos sites. "É importante se familiarizar com o assunto antes de investir", ressalta Leitão.

"Dividendos, ações e imóveis são opções para quem entende [o funcionamento do mercado de capitais]. Não é para qualquer um", alerta Michael Viriato, professor de finanças do Insper.

Para ele, sem entender do mercado, essa aplicação é um risco. "É o mesmo que o seu time de futebol jogar contra o time do Neymar. Você pode até ganhar, mas vai depender de muita sorte", diz. "É inocência do investidor achar que vai ter mais sorte do que os especialistas que passam horas fazendo só isso."

O professor do Insper considera ainda que diversificar é a melhor opção. "Criar uma carteira de produtos e distribuir os recursos entre eles é a melhor alternativa."


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