Folha de S. Paulo


Construtoras retomam lançamentos de imóveis em São Paulo

As construtoras retomaram os lançamentos de imóveis na cidade de São Paulo neste fim de 2014, ano marcado pela queda nas vendas e nos novos projetos.

Como o setor foi atingido pelas incertezas econômicas, pelas discussões do Novo Plano Diretor e pela Copa, que esfriaram o mercado, as construtoras esperaram o fim do ano para colocar um maior volume de projetos na rua.

Os lançamentos residenciais na planta na capital somaram 4.018 unidades em setembro, crescimento de 35,6% em relação ao mesmo mês de 2013.

Na comparação com agosto, a alta foi de 90%, de acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).

"O mercado passou por meses muito atípicos, mas chega uma certa hora em que o incorporador não pode mais segurar todos os produtos que ele tem", diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).

Editoria de Arte/Folhapress

ESTOQUE ALTO

O crescimento do número de novos projetos se refletiu na elevação do estoque (oferta) de imóveis novos, que são aqueles não vendidos em um período de até três anos após o lançamento.

A oferta atingiu 22.339 unidades –40% a mais do que no mesmo mês de 2013 e quase recorde desde o início da série, que começou em 2004, segundo o Secovi-SP.

Somente em novembro de 2004, com 22.442 unidades, o estoque superou o patamar de setembro de 2014.

Com os lançamentos em setembro, as construtoras buscam testar a recepção do comprador aos novos empreendimentos em um cenário de baixa nas vendas.

Se os produtos não atingirem um bom nível de comercialização, as empresas devem reduzir o número de imóveis lançados, como forma de ajustar demanda e oferta. "Estamos bastante alerta para o movimento dos próximos seis meses", afirma Petrucci.

Para Fátima Rodrigues, diretora da imobiliária Coelho da Fonseca, o mercado ganha impulso com o fim das eleições, que, como a Copa, também tinham tirado a atenção do comprador.

Na semana passada, a primeira após o fim das eleições, o movimento nas imobiliárias já cresceu, segundo ela.

PREÇOS

De janeiro a setembro, o preço do metro quadrado aumentou 4,78% (ante 4,61% da inflação do IPCA), para R$ 9.102, de acordo com Petrucci, citando dados da Embraesp. Em 12 meses, a alta é de 10,73%.

A perspectiva de profissionais do mercado é que os preços se estabilizem.

As vendas caíram 43,8% até setembro em relação ao mesmo período do ano passado.

No caso dos lançamentos, houve recuo de 15,4% no acumulado do ano, para 18.367 unidades.


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