Folha de S. Paulo


Banco menor muda para competir e foca no pequeno e médio empresário

Primeiro, o escândalo contábil em 2010 do banco Pan-Americano, que fazia parte do grupo Silvio Santos e vendia empréstimos fictícios a outros bancos, paralisou a captação dos bancos menores com a venda de carteiras de crédito. Depois, os bancos grandes entraram no crédito consignado, até então relegado aos pequenos.

Assim, o modelo de negócio desses bancos, baseado na captação de recursos com a venda dos empréstimos a outras instituições, ruiu.

SISTEMA FINANCEIRO
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Sem saída viável para levantar recursos, várias desses instituições foram vendidas ou se associaram a grande bancos. Foram os casos do mineiro BMG com o Itaú, do Bonsucesso com o Santander e até do PanAmericano com a Caixa e BTG Pactual.

Sobrou para esses bancos menores aquilo que eles sempre souberam fazer: financiar o capital de giro de empresas de pequeno e médio portes.

O segmento é também relegado pelos grandes bancos, por ser considerado de altíssimo risco e bastante sensível aos solavancos da economia brasileira.

"Eles conhecem bem esse cliente e têm o expertise de trabalhar com ele", disse Luis Miguel Santacreu, especialista da Austin Ratings.

"Acredito que eles vão sobreviver entre os grandes. São mais ágeis, fazem a triagem dos clientes e sabem esperar que os vendavais da economia passem. O problema é a captação de recursos", diz João Augusto Salles, especialista em bancos da consultoria Lopes Filho.

Para viabilizar a captação, o Banco Central liberou em julho parte do dinheiro preso no chamado empréstimo compulsório para os grandes bancos comprarem carteiras das instituições menores.

A estratégia não parece ter dado certo. O Bradesco, por exemplo, não precisou usar esse dinheiro liberado para comprar empréstimos de outros bancos.

Outra iniciativa foi a criação pela Cetip de uma plataforma conjunta para esses bancos venderem CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) com preços atrativos para investidores de varejo. A plataforma, no entanto, ainda negocia poucos títulos.

Editoria de Arte/Folhapress

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