Folha de S. Paulo


GM e sindicato negociam suspensão de contratos para evitar novos cortes

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, filiado à Força Sindical, diz estar perto de fechar acordo com a GM (General Motors) para que 850 trabalhadores da produção entrem em "lay-off" (suspensão temporária do contrato de trabalho).

Procurada, a montadora não se pronuncia sobre a questão. Nova reunião entre representantes da empresa e do sindicato está prevista para esta quinta-feira (dia 30).

"O ´lay-off´é uma alternativa para as cerca de 1.050 demissões que a empresa quer fazer. Esse é o número de trabalhadores considerados excedentes, resultado da queda nas vendas", diz Aparecido Inácio da Silva, presidente do sindicato.

Segundo o dirigente, a empresa está discutindo se a suspensão do contrato começaria no final de novembro ou início de dezembro. São 11,5 mil funcionários na fábrica de São Caetano, onde são produzidos modelos como Cruze, Cobalt e Spin.

O lay-off está previsto na legislação e pode ser acionado pelas empresas por motivos de mercado, motivos estruturais ou tecnológicos ou em situações de catástrofes ou outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal da empresa.

Os trabalhadores têm preservados todos os direitos trabalhistas (férias, 13° salário, reajustes) e benefícios (como plano de saúde) durante a suspensão temporária do contrato de trabalho. Em troca, têm de frequentar curso de qualificação para receber uma bolsa do FAT (Fundo de Amparado ao Trabalhador). A complementação do salário é negociada com as empresas.

OUTROS

Se o acordo for de fato fechado com a montadora, será o segundo lay-off da GM neste ano. Na unidade de São José dos Campos, 930 trabalhadores estão afastados desde setembro, por um período de cinco meses.

No início deste mês, a montadora também abriu um programa de demissão voluntária (PDV) para os funcionários das fábricas de São Caetano e São José dos Campos.

A empresa não divulga a adesão, a meta e o prazo de duração para o programa.

Com a queda nas vendas e nas exportações de automóveis, várias montadoras voltaram a paralisar a produção, apesar de o período tradicional de férias coletivas de fim de ano estar próximo.

Segundo dados da Fenabrave (federação das distribuidoras de veículos), a retração nos emplacamentos foi de 2,92% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2013.

As vendas de todos os segmentos do setor automobilístico registraram retração de 7,99% nos primeiros nove meses do ano em relação a igual período de 2013.


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