Folha de S. Paulo


Menos de 20% da população tem algum tipo de seguro, diz Fenaprevi

Menos de um quinto dos brasileiros contratam algum tipo de seguro para situações de emergência ou planejamento para estudos e aposentadoria.

É o que diz um estudo inédito da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), que indica que apenas 35% da população toma alguma iniciativa para evitar imprevistos no futuro e 18% acabam contratando um seguro pessoal.

Os dados foram divulgados no VII Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada. Foram ouvidas mais de 1.500, de todas as classes sociais em 70 cidades das cinco regiões do Brasil.

Hoje, o principal investimento dos brasileiros ainda está na caderneta de poupança, seguido por compra de imóveis e ações.

Cerca de 66% dos entrevistados disseram se preocupar com o futuro, mas pouco menos da metade decide investir. O montante da população que considera importante um seguro complementar está concentrada majoritariamente nas classes A, B e C e vivem nas regiões Sul e Sudeste.

Para o presidente da Fenaprevi, Osvaldo do Nascimento, os números não assustam, já que a população se considera protegida por algum tipo de benefício social. "Na prática, toda pessoa com carteira assinada está coberta pela Previdência Social e pelo seguro-desemprego, e há outros seguros obrigatórios, como o DPVAT", diz.

Segundo ele, o desafio das seguradoras é aumentar o número de clientes em uma sociedade que considera serviços como a aposentadoria uma obrigação do Estado. Mas afirma que a própria realidade brasileira pode fazer com que as pessoas pensem em contratar um seguro complementar.

A média de expectativa de vida do brasileiro é de 74 anos, de acordo com o IBGE. A projeção é que até 2060 os idosos representem um quarto da população. Isso significa a diminuição no número de jovens e adultos, que formam a população economicamente ativa.

"Uma parcela muito pequena da população tem renda acima do teto na Previdência Social. Mas há um terreno de pessoas que entendem que o Brasil caminha na linha de revisar gradualmente o benefício para oferecer somente as garantias mínimas porque não terá riqueza suficiente para atender toda a população", estima.

NÚMEROS

As seguradoras que operam no segmento movimentaram no acumulado de janeiro a agosto deste ano mais de R$ 17 bilhões em prêmios -expansão de 2,33% em relação ao mesmo período de 2013.

O seguro viagem foi a modalidade que registrou maior crescimento relativo, com alta de 34,40% e prêmios de R$ 91,5 milhões. Em seguida está o seguro funeral, que subiu 21,06%.

O mercado de seguros - como acidentes pessoais, vida, viagem, educacional, microseguro, entre outros - somou nos primeiros oito meses de 2014 mais de R$ 17 bilhões em prêmios.


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