Folha de S. Paulo


Setor de serviços atrai empresários jovens com menos experiência

Quem decide ser empresário logo no início da carreira geralmente tem dois grandes desafios: falta de dinheiro para investir e de experiência.

Como alternativa, esses empreendedores têm de apostar em habilidades que já desenvolveram: em geral, eles escolhem o setor de serviços ou da tecnologia da informação, diz Newton Campos, professor da FGV.

Para as irmãs Giulia e Camila Pedroni de Andrade, de 20 e 22 anos, a opção foi a compra de uma microfranquia com custo de R$ 8.000 da empresa de marketing digital Web4br. O escritório da empresa, que foi aberta neste mês, fica na casa delas.

Danilo Verpa/Folhapress
Giulia e Camila Pedroni em casa, onde montaram escritório
Giulia e Camila Pedroni em casa, onde montaram escritório

Elas contam que todo o dinheiro usado no negócio era de economias próprias. Giulia, estudante de publicidade, já havia trabalhado em agências, e Camila, na empresa da família.

A única ajuda que tiveram foi do pai, que participou das visitas à franqueadora e deu seu aval positivo na hora de fechar o negócio.

Giulia diz acreditar que empreender quando jovem é mais fácil.

"Uma pessoa mais velha, quando decide abrir um negócio, já tem uma casa e uma família para sustentar. Para ela, seria muito mais difícil arriscar", afirma.

O setor de serviços em geral é a opção comum para o início do empreendedorismo, especialmente em áreas que não exigem um grande conhecimento técnico e têm muita demanda para novas empresas, diz Alexandre Nabil Ghobril, professor da Universidade Mackenzie.

Isso explica o motivo pelo qual empreendedores como Denise Cesario, 22, escolhem o setor de beleza –opção de 10,10% das pessoas entre 18 e 24 anos.

Ela diz que foi o desejo de não trabalhar mais para outros chefes que a levou a montar seu salão de cabeleireiros, o Afro Style, em Bauru (SP).

Para iniciar o negócio, usou R$ 12 mil que vieram de uma indenização trabalhista. "Quanto antes você começa a trabalhar por conta própria, melhor, porque você consegue estabilidade mais cedo. No trabalho, as pessoas não te respeitam muito", afirma.


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