Folha de S. Paulo


Estatais e bancos sobem e impulsionam Bolsa; dólar recua

As ações de estatais e de bancos sobem com força nesta segunda-feira (13) e impulsionam a Bolsa brasileira, após a ex-senadora Marina Silva (PSB) expressar apoio ao candidato Aécio Neves (PSDB). Investidores também analisam pesquisa que mostra vantagem do tucano em relação à presidente Dilma Rousseff (PT).

O otimismo no exterior, após a divulgação de dados favoráveis da balança comercial da China, também ajuda o mercado acionário brasileiro, com destaque para a forte alta dos papéis da mineradora Vale.

Às 14h57, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subia 5,07%, a 58.113 pontos.

No horário, 64 ações listadas no Ibovespa subiam e seis caíam.

Entre os papéis do índice, as ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas, tinham a segunda maior alta nesta segunda-feira. Às 14h54, os papéis subiam 11,88%, a R$ 22,40. As ações ordinárias da petrolífera, com direito a voto, avançavam 11,44%, a R$ 21,03, no mesmo horário.

Outras estatais também têm desempenho positivo nesta sessão. Os papéis do Banco do Brasil subiam 11,39% às 14h55, para R$ 33,64. As ações preferenciais da Eletrobras tinham alta de 7,23%, a R$ 10,53, e as ordinárias avançavam 7,56%, a R$ 7,25, às 14h55.

Os bancos sobem nesta segunda. Os papéis do Itaú Unibanco tinham valorização de 7,75%, a R$ 38,07, às 14h55. As ações do Bradesco subiam 8,48%, a R$ 39,40, no mesmo horário.

O apoio de Marina a Aécio ajuda a Bolsa a avançar nesta segunda, avalia Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora.

"A alta se deve muito ao apoio da Marina, por causa da questão da transferência de votos dela. Os 41 milhões de votos na Dilma vão se manter, o que vai mudar são os votos nos demais candidatos. Quem votou nela, vota de novo. É um voto fiel. A questão é saber se todos os votos na Marina vão para o Aécio", avalia.

No sábado (11), pesquisa Sensus mostrou o candidato tucano à frente de Dilma. De acordo com o levantamento, ele teve 52,4% das intenções de voto, enquanto a presidente foi preferida por 36,7% dos entrevistados. Brancos, nulos e indecisos somaram 11% na pesquisa, que tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

Ao considerar apenas os votos válidos, descontados os brancos e nulos, a pesquisa aponta Aécio com 58,8% e Dilma com 41,2%, uma diferença de 17,6 pontos percentuais.

"O mercado está considerando uma vitória do Aécio, mas não por causa da pesquisa Sensus. Se os investidores compram demais esse otimismo e sai uma pesquisa na quarta-feira com números diferentes, essa alta de hoje vai para o lixo", afirma Silveira.

PIB

Ainda no cenário doméstico, merece destaque também a previsão de economistas para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Após 19 semanas em queda, a estimativa do mercado para o crescimento da economia brasileira neste ano voltou a subir, segundo o boletim Focus, do Banco Central.

Economistas ouvidos pela instituição elevaram a perspectiva de alta do PIB neste ano a 0,28% contra 0,24% na consulta anterior. Para o ano que vem, a projeção permaneceu em 1%.

Apesar do ligeiro aumento para a estimativa deste ano, a taxa ainda está próxima do que espera organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que na semana passada reduziu sua projeção para o Brasil de 1,3% para 0,3% -ritmo bem abaixo do estimado para emergentes em geral (4,4%) e mundial (3,3%).

No exterior, dados da balança comercial chinesa ajudam a impulsionar as Bolsas nesta segunda. O forte desempenho comercial da China em setembro pode reduzir as chances de uma agressiva ação de política monetária como um corte da taxa de juros, mas as perspectivas de um prolongado declínio do setor imobiliário sugerem que mais medidas ainda são necessárias para sustentar a economia.

As exportações subiram 15,3% em setembro contra o ano anterior e aceleraram ante a alta de 9,4% de agosto. As importações avançaram 7% em termos de valor, contra estimativa de queda de 2,7%, o que teria sido o terceiro declínio seguido.

As importações de minério de ferro se recuperaram para atingir o segundo nível mais alto do ano e as importações mensais de petróleo bruto avançaram para segundo maior nível já registrado. Às 14h56, as ações preferencias da Vale subiam 5,87%, a R$ 24,33, enquanto as ordinárias avançavam 6,59%, a R$ 27,98.

"Vale destacar que o que engordou as exportações chinesas foram as vendas de iPhone. E ficou claro que a China não vai fazer nenhum programa para estimular a economia lá", avalia o economista-chefe da TOV Corretora.

DÓLAR

No mercado cambial, o dólar opera em baixa em relação ao real, em linha com as principais moedas de emergentes.

Às 14h56, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, caía 0,88%, a R$ 2,386. No mesmo horário o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, recuava 1,73%, a R$ 2,383.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, oferecendo 4.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 2.000 contratos para 1º de junho e 2.000 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,3 milhões.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de 8.000 contratos de swap cambial para rolagem dos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 40% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.

Com Reuters


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