Folha de S. Paulo


Produtos para empresas são novo mercado de apps de táxi

Menos de um ano após lançarem produtos voltados ao mundo corporativo, aplicativos de táxi já têm nos contratos com empresas uma de suas principais fontes de renda no Brasil.

O Easy Taxi lançou seu serviço "Empresas" em fevereiro deste ano, após um investimento de aproximadamente US$ 2 milhões (cerca de R$ 5 milhões em valores atuais).

Nesses oito meses, o produto acumulou 300 clientes, é responsável por 25% das corridas feitas com o aplicativo e 50% do valor total das transações.

"Quando você fecha com uma empresa, fecha com 3.000 clientes –todos os seus funcionários", explica Camila Ferreira, presidente da Easy Taxi no Brasil. "Por isso nosso produto corporativo cresce mais rápido do que o de usuários comuns", diz.

Editoria de Arte/Folhapress

O 99 Taxis, seu principal concorrente, tem números semelhantes. Lançados há seis meses, seus planos corporativos foram contratados por cerca de cem empresas e já representam um terço do faturamento da companhia.

"[Os aplicativos de táxi] entenderam que o que dá dinheiro é o mercado corporativo. Táxis no Brasil movimentam por volta de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões vêm do transporte para empresas", diz César Matias, diretor de tecnologia da Wappa, que oferece serviço semelhante. Segundo a companhia, o mercado ainda é dominado pelos serviços de radiotáxi e reembolso direto para funcionários.

Para lançar os produtos, as empresas de táxi se aproveitaram do número grande de taxistas que usam seus apps –a Easy Taxi e a 99 Taxis estimam ter respectivamente 65% e 76% dos motoristas de São Paulo cadastrados– e se ajustaram às necessidades específicas do setor.

"Tivemos que desenvolver a opção de chamar o táxi pelo computador, muitas vezes mais usados dentro das empresas do que os celulares", exemplifica Paulo Veras, presidente do 99 Taxis.

O dinheiro ganho pelos aplicativos vem de uma porcentagem sobre as corridas cobrada dos taxistas e de taxas fixas cobradas das empresas que os contratam.

No Plano básico da 99 Taxis, as empresas pagam R$ 99 por mês e mais R$ 2,50 por corrida. O Easy Taxi usa modelo de cobrança similar, mas diz que o preço varia de acordo com o contrato.

Apesar do preço, as empresas argumentam que o maior controle das corridas realizadas gera economia de até 40% nos gastos com táxi.

"As informações das corridas podem ser transformadas em relatórios online e servir de base para diversos tipos de análises por departamento, centro de custo e até mesmo por colaborador, o que permite o monitoramento da evolução de gastos", diz Michel Glezer, diretor comercial global do Easy Taxi.

"E as informações não correm o risco de ficarem perdidas (como acontece com os boletos, por exemplo."


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