Folha de S. Paulo


Bancários em greve recebem apoio de call centers e realizam manifestações

No segundo dia de paralisação nacional, os trabalhadores receberam o apoio de funcionários de call centers em São Paulo e organizam manifestações em dez cidades do país, marcadas para esta quinta-feira (2).

A greve teve início nesta terça-feira (30), após ter sido aprovada na semana passada e referendada em assembleias regionais na noite desta segunda-feira (29). O objetivo dos trabalhadores é pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a aumentar a proposta de reajuste salarial da categoria, dentre outras reivindicações.

A Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) ainda não divulgou um balanço do segundo dia de paralisação. No primeiro dia de greve, no entanto, os bancários fecharam 6.572 agências e centros administrativos nos 26 Estados. O número corresponde a 28,6% do total de 22.987 agências bancárias do país.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não realiza estimativas do funcionamento de unidades de atendimento.

CALL CENTER

Funcionários dos serviços de call center do HSBC, Bradesco e Banco do Brasil decidiram aderir à greve dos bancários em São Paulo nesta quarta, informou o sindicato regional da categoria.

Apesar da paralisação, a Febraban informou que não recebeu nenhum registro de problemas com o serviço de atendimento por telefone. A Federação salientou ainda que a maior parte dos atendimentos feito pelo call-center é automatizada e, portanto, segue em funcionamento. O serviço foi responsável por cerca de 4% das transações bancárias em 2013.

Em caso de problemas no atendimento, a Febraban aconselha os consumidores a acessar outras plataformas, como o site dos bancos e aplicativos de celular, além dos caixas eletrônicos.

Editoria de Arte/Folhapress

MANIFESTAÇÕES

Os trabalhadores do setor bancário aproveitam a greve para realizar manifestações em dez capitais do país nesta quinta. O protesto tem por objetivo criticar as propostas de candidatos às eleições presidenciais que propõem a independência do Banco Central.

O movimento é organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que apoia formalmente a candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição.

As manifestações ocorrem em representações do Banco Central em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza e Belém.

PEDIDOS

No último sábado (27), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) aumentou de 7% para 7,35% a oferta de correção salarial, o que inclui aumento real de 0,94%, em vez de 0,61% da primeira proposta.

A categoria recusou o reajuste oferecido e quer 12,5%, o que inclui 5,8% acima da inflação medida pelo INPC (6,35% no acumulado em 12 meses), piso salarial de R$ 2.979,25, 14º salário e outros benefícios.

*

GREVE DOS BANCÁRIOS/2014
DATA-BASE 1º de setembro
INFLAÇÃO NO PERÍODO 6,35% (INPC, em 12 meses)
QUANTO GANHAM Piso de R$ 1.648 (salário do caixa)
O QUE QUEREM 12,5% (5,8% acima da inflação)
CONTRAPROPOSTA 7,35% (0,94% real)


Endereço da página: