Folha de S. Paulo


Telecom Italia não está à venda, diz membro do Conselho

O grupo italiano de telefonia Telecom Italia não está à venda, mas quem trouxer dinheiro será bem-vindo, afirmou um membro do Conselho da empresa nesta sexta-feira (26).

"A verdade é que a Telecom Italia é uma empresa grande e todo mundo gosta. Quem trouxer dinheiro será bem-vindo, mas ela não está à venda", disse Tarak Ben Ammar a jornalistas ao deixar uma reunião do Conselho.

Questionado sobre notícias de que o empresário americano Sol Trujillo está buscando financiamento para fazer uma proposta pela Telecom Italia, Ben Ammar disse: "Nós não o conhecemos e ele nunca nos contatou."

"Essa é uma proposta que provavelmente vem da Disneylândia no sentido de que não sabemos nada sobre isso", acrescentou

COMPRA DA TIM

A Telecom Italia é controladora da operadora de telefonia no Brasil TIM Participações, com uma participação acionária de 67% na companhia. O valor da fatia, a preços de mercado, é de cerca de R$ 18,4 bilhões.

No fim de agosto, a Oi divulgou, em fato relevante, que vai fazer uma oferta para a compra da participação da Telecom Italia na TIM.

A empresa informou que assinou contrato com o banco BTG Pactual para fazer a proposta, que ainda será elaborada e apresentada à companhia.

Caso seja aceita pela Telecom Italia e seus acionistas, ainda deverá ser aprovada pelos órgãos reguladores do Brasil.

No documento, a empresa afirma que quer "desenvolver alternativas para viabilizar proposta para a aquisição da participação da Telecom Italia SpA na TIM Participações S.A.

TELEFÔNICA

A companhia italiana perdeu a disputa, já que não pôde superar a oferta de 7,45 bilhões de euros pela GVT. A Telecom Italia tem dívidas de € 32 bilhões (US$ 42 bilhões), de acordo com a agência de classificação de risco Moody's, e perdeu sua nota de grau de investimento no ano passado.

A compra da GVT poderia solucionar a maior fragilidade da TIM no Brasil, o fato de não ter redes de banda larga fixa.

Agora, a Telecom Italia poderá considerar deixar o país, que representa um terço de sua receita. Nessa hipótese, a empresa passa a ter condições de abater parte de sua dívida, mas fica ainda mais dependente de um mercado doméstico fraco.

Com reportagem de São Paulo


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