Folha de S. Paulo


Receita diminui para 1% a projeção de alta da arrecadação no ano

Com os resultados fracos nos oito primeiros meses de 2014, a Receita Federal reduziu a previsão de alta da arrecadação no ano de 2% para 1%, informou nesta terça-feira (23) o secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira. No ano passado, a arrecadação teve alta de 4,08%.

A estimativa levou em conta a nova previsão do governo para o crescimento economia neste ano, de 0,9%. Essa projeção ainda está acima da expectativa do mercado de expansão de 0,3%, divulgada na segunda-feira pelo Boletim Focus, do Banco Central.

Questionado se a mudança nas previsões de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) pode levar a uma nova revisão para baixo na estimativa de arrecadação, Teixeira disse que conta com outros fatores.

"Pode ser que tenhamos comportamento diferente em função de outras variáveis, compensações, parcelamentos (de débitos), receitas extraordinárias. Pode haver outros fatores a fazer com que essas receitas venham a maior. O PIB é só um elemento", afirmou.

RECORDE

Inflada pelo ingresso de R$ 7,13 bilhões do programa de refinanciamento de dívidas tributárias (Refis), a arrecadação federal bateu recorde para o mês em agosto. A arrecadação subiu 5,54% em comparação com o mesmo mês no ano passado, somando R$ 94,4 bilhões. O valor fica um pouco abaixo da expectativa de analistas, de R$ 97 bilhões.

Se os recursos do Refis fossem descontados, a arrecadação de agosto teria recuado 2,43%, na comparação com os R$ 89,4 bilhões arrecadados no mês em 2013.

Para o ano, a Receita estima que irá recolher com o Refis entre R$ 18 bilhões e R$ 20 bilhões.

As receitas extraordinárias têm ajudado o governo a melhorar as contas públicas do país, afetadas pelo baixo crescimento, despesas elevadas e desonerações tributárias.


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