Folha de S. Paulo


Fundos são opção para aplicar no exterior

O pequeno investidor que quiser aplicar em fundos com parte da carteira em ativos no exterior terá de pesquisar bastante, pois há poucas opções para ele no mercado.

A maior parte desse tipo de aplicação é destinada a quem possui mais de R$ 300 mil em investimentos.

Dos seis principais bancos do país -Banco do Brasil, Santander Brasil, Bradesco, HSBC, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco-, apenas Santander, HSBC e Bradesco têm opções acessíveis a quem tem menos de R$ 300 mil em investimentos.

São fundos multimercado, ou seja, mesclam investimentos em ativos como câmbio, ações e renda fixa. De acordo com normas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), eles podem investir até 20% em ativos no exterior.

A CVM permite ainda que fundos de renda fixa ou de ações tenham até 10% de exposição no exterior. Ambos podem ser oferecidos a qualquer investidor. Um terceiro tipo, chamado dívida externa, só pode ter investidores com mais de R$ 1 milhão aplicados, pois pode ter até 100% de exposição ao exterior.

Editoria de arte/Folhapress

DIVERSIFICAÇÃO

Para quem tem outras aplicações e quer diversificar seu risco, investir nesses fundos pode ser uma boa alternativa, afirmam especialistas.

"Esse investimento deve ser analisado sob diferentes óticas, do ponto de vista da diversificação do portfólio, da exposição do cliente a moedas estrangeiras, da conjuntura global na qual você dilui o risco da carteira", afirma Rudolf Gschliffner, superintendente de private banking do Santander.

Mas é preciso cautela, diz Marcelo Varejão, analista-chefe da corretora Socopa. "É complicado para o investidor que não está acostumado nem com o mercado doméstico se deparar com um produto do mercado externo."

Para o planejador financeiro Giuliano De Marchi, o investimento no exterior faz sentido do ponto de vista de oportunidades. "O Brasil representa 2% da renda fixa mundial. Isso significa que 98% das oportunidades de renda fixa estão fora do país. Manter todo o recurso em ativos locais não diversifica o risco do brasileiro", diz.

Antes de escolher o fundo, o investidor deve analisar o regulamento e o prospecto do produto, que contêm informações sobre a política de investimento dele -ou seja, onde aplicará os recursos-, taxas e riscos.

Se for um fundo que investe em ações de empresas no exterior, vale a pena estudar os últimos resultados e as perspectivas para a companhia e para o setor ao qual ela pertence. O mesmo vale para aqueles que aplicam em cotas de fundos no exterior.


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