Folha de S. Paulo


Compra da GVT pela Telefónica deve ser aprovada pelo Cade

A operação de compra da GVT pela Telefónica não deve ter problemas para passar pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), segundo apurou a Folha.

A avaliação preliminar, sem a análise minuciosa dos dados, indica que, caso haja restrições pelo órgão, elas devem ser limitadas.

Como a GVT não atua em telefonia móvel e começou a operar há pouco tempo em São Paulo, local onde a Telefônica Brasil compete em banda larga e telefonia fixa, os eventuais problemas concorrenciais serão pequenos.

Procurado, o Cade afirmou que não se pronuncia antes da notificação oficial da operação.

A maior preocupação do órgão, segundo fontes próximas, é em relação à nova posição da francesa Vivendi no mercado brasileiro.

A empresa, que antes atuava apenas por meio da GVT no país, terá participação indireta na Vivo e na Tim, já que a francesa assumirá fatia na Telefônica e na Telecom Itália, controladora das operadoras, como pagamento pela venda da subsidiária brasileira.

O novo arranjo pode ajudar a Telefónica, contudo, a resolver sua pendência com o órgão. No ano passado, o Cade determinou que o grupo espanhol se desfizesse de sua participação na Telecom Itália, que controla a Tim no Brasil, ou encontrasse um sócio para a Vivo.

O negócio também precisa da aprovação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O presidente do órgão, João Rezenda, afirmou nesta sexta-feira que a operação de compra da GVT pela Telefónica ainda não foi protocolada, mas que não receberá qualquer tipo de prioridade.

PARTICIPAÇÃO

A participação de mercado da GVT em São Paulo, onde a análise do Cade deve ser mais detalhada, ainda é reduzida. Em banda larga fixa, a operadora detém apenas 2% do mercado no Estado, enquanto a Telefônica responde por 52,3%, de acordo com dados da consultoria Teleco.

No país, a fatia da nova empresa fruto da união das duas operadoras passará a ser de 30% em internet fixa, ultrapassando a Oi, cuja fatia é de 27%, mas ficando atrás da NET, que responde por 32% do mercado total.

Já no segmento de TV por assinatura, a participação de Telefônica e GVT juntas será de menos de 8%, bem atrás da NET, com 53,3%, e da SKY, com 29,6%.


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