Folha de S. Paulo


Estagnação da desigualdade 'não veio para ficar', afirma governo

O governo minimizou nesta quinta-feira (18) resultado da Pnad (Pesquisa Nacional Amostra de Domicílios) 2013 que indica estagnação da desigualdade no Brasil.

Entre 2012 e 2013, o indicador saiu de 0,496 para 0,498. Quanto mais próximo de zero, melhor a distribuição de renda no país. A ligeira queda no desempenho é a primeira desde 2001.

"A parada na queda não veio para ficar. Ela teve uma parada, mas temos indicações de que voltou a cair", disse o ministro Marcelo Neri (Assuntos Estratégicos).

A ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social) argumentou ainda que a "a questão da desigualdade não pode ser medida só por renda".

Editoria de Arte/Folhapress

"Temos indicadores fortes de que não há estabilização para 2014 [na queda da desigualdade]. Mas se olharmos a desigualdade como acesso a conjunto de bens, isso vem caindo de forma expressiva. A desigualdade de acesso à água- se olharmos o Nordeste e o resto do país - tem tido queda expressiva", completou.

Em coletiva de imprensa, os ministros destacaram resultados positivos da Pnad. O aumento do rendimento do trabalhador, o recuo do número de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos no mercado de trabalho e o aumento de lares com acesso a bens e serviços foram alguns pontos que ganharam protagonismo na apresentação do governo federal.

"Os dados mostram que ela continua sua tendência de queda em 2014, para além dos dados da Pnad", disse Campello.

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EDUCAÇÃO

No setor educacional, o Pnad 2013 trouxe um indicador positivo frente ao resultado anterior: o índice de analfabetos entre a população com 15 anos ou mais caiu de 8,7% para 8,3%.

Isso significa que ainda existem no país 13 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever.

Entre 2011 e 2012, havia ocorrido um leve aumento no percentual, mas dessa vez foi registrada uma nova queda.

Para o ministro Henrique Paim, essa foi uma "flutuação estatística".

"Temos um conjunto de oportunidades educacionais que estão sendo geradas que acabam influenciando na taxa de ocupação. (...) Temos um contingente grande de jovens voltando a estudar. Isso o país tem que comemorar. Vários estudos foram apresentados nessa direção.

Entre 2012 e 2013, houve aumento da taxa de desemprego: o percentual era de 6,1% há dois anos (menor marca da série iniciada em 2001) e atingiu 6,5% no ano passado.

O número de pessoas empregadas cresceu apenas 0,6% no período. Ao mesmo tempo, o rendimento do trabalhador segue em expansão. Entre 2012 e 2013, houve alta de 5,7%.


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