A entrada de recursos estrangeiros no Brasil superou a saída em US$ 2,6 bilhões na última sexta-feira (12), segundo o Banco Central. Esse é o maior saldo positivo desde 19 de novembro do ano passado.
Operadores do mercado de câmbio ouvidos pela Folha afirmaram que não foi detectada uma operação específica que explique esse movimento. As especulações sobre os motivos vão desde a entrada de recursos para cobrir apostas na valorização da Bolsa, por motivos eleitorais, até uma possível operação envolvendo uma única empresa.
Na sexta-feira, dia da liquidação das operações que resultaram neste saldo, o mercado não detectou o movimento, tanto que o dólar fechou em alta. Naquele dia, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,87% sobre o real, para R$ 2,327 na venda -maior valor até então desde 18 de março e avanço diário mais expressivo desde 31 de outubro de 2013.
Com o resultado de sexta, o saldo acumulado no ano até a semana passada passou a ser positivo em US$ 1,6 bilhão. Na semana passada, o saldo ficou positivo em US$ 4,2 bilhões.
Também chamou a atenção dos analistas a perda de valor das reservas internacionais do Brasil nas duas primeiras semanas de setembro. As reservas caíram R$ 2,5 bilhões desde o fim de agosto, para US$ 376,9 bilhões.
O BC não comenta os dados.
ALTA NO DIA
No pregão desta quarta-feira, a cotação do dólar voltou a subir, influenciada pela reunião do Fed, o banco central dos EUA.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,85%, para R$ 2,345 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 1,24%, para R$ 2,358.