Folha de S. Paulo


Elaborar orçamento financeiro pessoal requer organização

Montar um orçamento não requer prática, apenas organização. Não é preciso saber mexer em Excel, ter computador à mão ou aplicativos no celular. Papel e lápis bastam.

Como estímulo para começar, Reinaldo Domingos, presidente da DSOP, especializada em educação financeira, recomenda criar um motivador, estabelecendo um sonho ou meta. "Pagar uma dívida pode ser um sonho", diz.

A primeira etapa consiste em anotar receitas e ganhos. Para assalariados, em geral o ganho é fixo, mas é preciso anotar o valor líquido efetivamente recebido.

Profissionais liberais, empresários e aqueles remunerados com comissões precisam anotar quanto ganham a cada mês para depois montar o orçamento e projetar.

Aqui, é necessária uma dose de sensibilidade, afirma o especialista em finanças pessoais Mauro Calil. "Se um médico dava dez plantões num hospital, por exemplo, e reduziu para cinco, o valor que ele coloca nessa linha tem que ser a metade do que era."

A seguir, a pessoa deve começar a anotar seus gastos. Cada despesa, por menor que seja, precisa ser anotada —desde o café da máquina, o sorvete no parque, o brigadeiro na porta do metrô até o pãozinho de todo dia e as grandes contas, como prestação ou aluguel, luz, telefone, mensalidade escolar, transporte e plano de saúde.

Com que frequência? Você decide, o importante é manter a disciplina e anotar tudo. "Quanto mais frequente for o controle, mais detalhes a pessoa terá. Mas é importante começar", afirma o planejador financeiro Janser Rojo, da QI Financeiro Consultoria.

Com ganhos e gastos anotados, o próximo passo é fazer a conta para checar se, no perfil atual, a pessoa consegue ter dinheiro para guardar, tende a ficar com dívida ou fica no zero a zero.

A seguir, uma análise dos gastos vai fazer a diferença. "A palavra chave é consciência. Organizando seu orçamento, você saberá no que gastou e avaliar se foi importante ou se dá para reduzir aquela despesa", diz Rojo.

Uma dica que os especialistas dão é: antes de pagar as contas, separe a quantia que pretende poupar e guarde. Assim, você "paga" a si mesmo também.

"Tenha como meta economizar 10% do salário", afirma Domingos, da DSOP. "Se não der tudo neste mês, reponha no seguinte, de forma que, em um ano, consiga guardar 10% do que ganhou."


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