Os testes com combustível constituído por 72,5% de gasolina e 27,5% de etanol serão realizados em veículos da Volkswagen e da Caoa, importadora da Hyundai no Brasil. Para a avaliação, os modelos poderão consumir um limite de 385 mil litros e 150 mil litros, respectivamente.
A Petrobras irá comercializar combustível. O objetivo do estudo é analisar a viabilidade técnica da mistura.
A autorização foi dada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e publicada nesta quinta-feira (11) no Diário Oficial da União.
A decisão da agência reguladora tem prazo de vigência de 190 dias. Atualmente, o Brasil mistura 25% de etanol anidro à gasolina, trabalhando no limite superior estabelecido pela lei.
No início deste mês, o plenário do Senado aprovou projeto de lei que aumenta o percentual de biodiesel no diesel e que também autoriza o governo a elevar a mistura de etanol anidro na gasolina, desde que constatada sua viabilidade técnica. O projeto aguarda sanção da presidente Dilma Rousseff.
Com maior proporção de combustíveis renováveis nos fósseis, o governo busca aliviar a necessidade de importação de derivados de petróleo, que tem afetado as contas da Petrobras.
O aumento da mistura de etanol, defendido pelo setor sucroalcooleiro, também poderia amenizar a crise vivida pelas usinas de cana, já que o anidro é mais caro do que o hidratado (usado pelos veículos flex) e poderia ser fonte de receita adicional para as indústrias.
EXPORTAÇÕES
O setor sucroalcooleiro também foi beneficiado pela decisão do governo de o incluir no Reintegra, mecanismo que devolve à empresa um percentual das exportações de produtos manufaturados na forma de créditos tributários.
Empresários do setor avaliaram positiva a medida, mas afirmaram que ela ainda é "insuficiente" para acabar com a crise nas usinas de açúcar e álcool no país.