Folha de S. Paulo


CVM autoriza Santander a adquirir totalidade das ações de filial brasileira

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a matriz do banco Santander na Espanha a adquirir os papéis que ainda não controla do Santander Brasil, que correspondem a 25% do total, informou nesta terça-feira (9) a entidade bancária.

A CVM aprovou o registro da oferta pública voluntária de permuta que o Santander anunciou em abril para comprar as ações unitárias do Santander Brasil ainda negociadas no mercado e substitui-las por papéis de emissão do grupo Santander.

O grupo Santander fez em abril uma oferta pelos 25% das ações que não controla de sua filial no Brasil, pelas quais pode pagar, no caso de uma adesão total, o equivalente a US$ 6,360 bilhões.

Segundo a proposta, que não é obrigatória, os acionistas minoritários que aceitarem a oferta receberão em troca de suas ações do Santander Brasil papéis do Santander Espanha que serão cotados nas bolsas de São Paulo e de Nova York, na proporção de 0,70 ações do Santander Espanha por cada ação do Santander Brasil.

PAGAMENTO

Enquanto os acionistas brasileiros receberão como pagamento por seus papéis os Brazilian Depositary Receipts (BDRs), títulos representativos de ações da matriz do Santander na bolsa de São Paulo, os investidores com papéis do Santander Brasil na Bolsa de Nova York receberão os American Depositary Recipts (ADRs) cotados em Wall Street.

O Santander calcula que, no caso de uma adesão total da oferta, terá que emitir cerca de 665 milhões de novas ações, equivalentes a 5,8% de seu capital.

Segundo o fato relevante enviado hoje pelo Santander Brasil à CVM, a autarquia aceitou tanto o registro da oferta pública de permuta dos papéis como o da distribuição primária de BDRs do Santander Espanha.

O lançamento da oferta, segundo o comunicado, ainda depende de autorização do regulador do mercado dos Estados Unidos para o registro da mudança de papéis e da oferta de lançamento dos ADRs na Bolsa de Nova York.

Em abril, no anúncio da oferta, o presidente do Santander Brasil afirmou que a operação iria ajudar "melhorar o nível dos resultados atribuídos à matriz".

"A oferta é opcional. Quem não quiser aderir continua com suas ações do Santander Brasil. Não temos a intenção de retirar o banco brasileiro da Bolsa", disse Zabalta.

Para o presidente-executivo do Santander Brasil, Javier Marín, a operação terá impacto positivo no lucro por ação do banco e "será praticamente neutra em termos de capital".

RESULTADOS

O lucro líquido do Santander Brasil aumentou 5,35% no segundo trimestre de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado, somando R$ 527,5 milhões.

Em bases recorrentes, que excluem ganhos e perdas extraordinários, o ganho do maior banco estrangeiro no Brasil foi de R$ 1,437 bilhão entre abril e junho, 1,9% maior em relação ao valor visto um ano antes.

O banco elevou seus financiamentos em 4,87% em 12 meses. Com isso, a carteira de crédito ampliada do Santander, incluindo outras operações com risco de crédito, avais e fianças, chegou a R$ 279,722 bilhões.

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Santander Brasil/1º sem. de 2014
Margem financeira R$ 13,686 bilhões
Lucro líquido R$ 1,046 bilhão
Número de funcionários 48 mil
Principais concorrentes Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil


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