Folha de S. Paulo


Metalúrgicos põem campanha na rua por aumento de salário

Cerca de 950 mil metalúrgicos do Estado de São Paulo intensificam suas campanhas salariais nesta semana em busca de aumento real, redução da jornada para 40 horas semanais e contra a terceirização na linha de produção das empresas.

A Força Sindical, que reúne sindicatos que representam 750 mil trabalhadores do setor, entrega sua pauta na terça-feira (9) à Fiesp, federação das indústrias paulistas, e já marcou um calendário de protestos a partir do dia 15 em várias regiões da capital, podendo se estender a 52 cidades do interior.

Com a previsão de a inflação acumulada em 12 meses ser mais elevada neste trimestre do que foi de janeiro a junho, as categorias em campanha já enxergam mais dificuldade nas negociações.

"Por essa razão, definimos os protestos. A desaceleração da economia e o impacto principalmente no setor automotivo, com várias empresas concedendo 'layoff' (suspensão temporária do contrato), não podem impedir a reposição do poder de compra", afirma Miguel Torres, líder da Força.

Na CUT, são 210 mil em campanha desde julho com negociações já em andamento com o setor de autopeças.

Apesar de a criação de vagas no país estar em ritmo menor e economistas preverem impacto da retração no emprego e na renda, Valmir Marques da Silva, presidente da FEM, federação dos metalúrgicos, vê espaço para aumentos reais no salários.

"A economia está em plena recuperação", diz ele, ao citar dados do Dieese que mostram que 93% dos 340 acordos feitos no primeiro semestre tiveram reajustes acima do INPC. "No nosso ramo, as 24 negociações feitas até julho tiveram ganhos reais. Os acordos têm de recompor a renda dos metalúrgicos."


Endereço da página: