Recessões ocorrem quando, temendo o futuro, empresários cortam investimentos e famílias consomem menos -e o resultado é um empobrecimento geral.
A definição, na teoria, é consensual; na prática, a verificação do fenômeno a partir dos indicadores disponíveis pode ser controversa.
A produção da indústria, as vendas do comércio, os rendimentos dos trabalhadores e as colheitas da agricultura oscilam diariamente, afetados por variáveis tão diferentes quanto as datas comemorativas, o clima e os humores da política.
Mesmo a medição da renda gerada em períodos mais longos -os trimestres são a escolha mais usual- pode gerar distorções.
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Desde a década de 1970 se tornou comum a prática de identificar recessões a partir do encolhimento da economia por dois trimestres consecutivos. Mas esse é um cálculo dependente de estimativas e sujeito a imprecisões.
Não há por que considerar uma queda de 0,1%, por exemplo, muito distinta de uma expansão de igual magnitude. Para o IBGE, taxas até 0,5%, positivas ou negativas, indicam estabilidade.
O órgão encarregado de identificar recessões nos Estados Unidos não trabalha com a regra dos dois trimestres. São levados em consideração outros indicadores, entre os quais a alta do desemprego -até aqui, inexistente no Brasil.
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