Folha de S. Paulo


Marina diz que PIB é lamentável e que povo 'há de eleger uma professora'

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, classificou como "lamentável" o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre, que caiu 0,6% e levou o país a entrar em recessão técnica pela primeira vez desde a crise financeira global de 2008.

Como o resultado do primeiro trimestre foi revisado para queda de 0,2% (contra alta de 0,2% informado anteriormente), parte dos economistas consideram que há recessão.

"É lamentável que tenhamos tido por dois trimestres seguidos um crescimento que deixe o país numa situação difícil", disse a candidata, em discurso durante o anúncio de seu programa de governo.

Para a candidata, o país vive uma situação de recessão muito preocupante.

Marco Ambrosio/Folhapress
Presidenciável Marina Silva (PSB) e seu vice, Beto Albuquerque, lançam programa de governo durante evento no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, nesta sexta-feira
Marina Silva e seu vice, Beto Albuquerque, lançam programa de governo em São Paulo nesta sexta

DESEJO DE MUDANÇA

A ex-senadora, que assumiu a liderança da chapa após a morte trágica de Eduardo Campos em um acidente aéreo, disse que a comoção com o falecimento do ex-governador de Pernambuco reflete um desejo de mudança.

Marina disse que em 2010 a sociedade lhe deu quase 20 milhões de votos, em 2013 houve as manifestações populares e "agora há uma comoção com a morte de Campos".

Marina afirmou ainda que o povo brasileiro já elegeu um acadêmico, um operário "há de eleger uma professora que veio do seringal da Amazônia.

Editoria de Arte/Folhapress

DILMA

A presidente Dilma Rousseff (PT) classificou como "momentâneo" o desempenho negativo da economia no segundo trimestre de 2014 e atribuiu o resultado a fatores como Copa do Mundo e queda no preço de commodities.

"Eu acredito que este resultado é momentâneo. Um dos motivos que explicam esse resultado é o número de feriados que nós tivemos. Por conta da Copa tivemos a maior quantidade de feriados em toda a história do Brasil nos últimos anos", disse Dilma, para quem o país terá uma "grande recuperação" no próximo trimestre.

AÉCIO

Horas antes, Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, disse que o governo do PT levou a economia a um cenário de recessão técnica no país. "É triste, ao final do governo, o ministro da Fazenda [Guido Mantega] entregar esse quadro extremamente perverso para os brasileiros, de recessão econômica e de inflação fora de controle", afirmou.

Segundo Aécio, o legado do atual governo será de crescimento e investimento baixos, com inflação e juros altos. Em entrevista nesta sexta, Mantega negou que o Brasil tenha entrado em uma recessão.

"Não dá pra dizer [que o país está em recessão]. Não há parâmetros universalmente aceitos para definir o que é uma recessão. O segundo trimestre foi influenciado pelo primeiro e se houver uma revisão, você deixa de ter dois trimestres negativos", disse o ministro.

"Não se deve falar em recessão no Brasil pois, para mim, recessão é quando se tem uma parada prolongada, de vários meses. Aqui estamos falando de um, no máximo dois [trimestres]. E recessão é quando se tem desemprego. O emprego continua crescendo e a massa salarial também. Não dá para dizer que a economia está parada. O mercado consumidor não está encolhendo."

MOTIVOS

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, culpou o cenário internacional fraco, a seca –e o consequente aumento de custo da energia–e a redução de dias úteis em função da Copa pelo resultado negativo da economia brasileira no segundo trimestre.

Com reportagem de São Paulo


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