Folha de S. Paulo


Na 13ª redução seguida, mercado agora prevê alta de 0,70% para o PIB

Na semana em que será conhecido o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, sondagem do Banco Central mostrou que os economistas reduziram para 0,7% sua estimativa de crescimento em 2014. Foi a 13ª diminuição consecutiva.

Na pesquisa anterior, a previsão era que a economia viesse a crescer 0,79% neste ano eleitoral. Há três meses, a avaliação era que o PIB avançaria 1,63%, e desde então essa estimativa caiu ininterruptamente.

A expectativa para o crescimento do PIB em 2015 foi mantida em 1,2%.

Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, as quedas sucessivas na expectativa de crescimento refletem o pessimismo do mercado em tempos de disputa eleitoral e de economia em desaceleração.

Dados da atividade econômica, como produção industrial e vendas no varejo, têm vindo muito ruins, observa o economista, que também aponta a quantidade menor de dias úteis, em razão da Copa, como um fator que deve pesar negativamente para o resultado do segundo trimestre.

Os economistas preveem retração de 0,2% do PIB no segundo trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado será divulgado pelo IBGE na sexta-feira.

O governo tem reiterado o discurso de que o segundo semestre do ano será de atividade econômica mais vigorosa.

Para Francisco Pessoa Faria, economista da LCA Consultores, não há como prever mudanças significativas no nível de atividade econômica no período.

"O que pode mudar até o fim do ano? Não tem muito o que mudar. É possível que [o PIB] caia menos, mas teria que ter uma reversão muito grande na confiança", avaliou.

INFLAÇÃO

Depois de cinco semanas de queda na projeção de inflação, o mercado elevou levemente sua expectativa, de 6,25% para 6,27% de alta no ano.

Há seis semanas, os economistas previam que 2015 terminaria com uma inflação de 6,48%, quase rompendo o teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.

Para Perfeito, o recuo da inflação tem muito mais a ver com o fim do choque de preços de alimentos e de itens relacionados à Copa do que com a política do Banco Central de elevação e manutenção de juros altos.

Para 2015, para quando é esperada uma série de reajustes de preços, como da energia, a inflação prevista pelo mercado é de 6,48%.


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