Folha de S. Paulo


Roche oferece US$ 8,3 bilhões por empresa de biotecnologia dos EUA

O laboratório farmacêutico suíço Roche fechou acordo de compra com a empresa americana de biotecnologia InterMune por US$ 8,3 bilhões.

A oferta é o maior negócio feito pelo laboratório suíço desde 2009, quando ele adquiriu 44% da americana Genentech por US$ 47 bilhões.

As duas companhias já trabalhavam juntas no desenvolvimento de um remédio contra a hepatite C desde 2006. Os laboratórios de cada uma delas também são próximos, tanto nos EUA quanto na Suíça –o que
facilitará a integração, segundo o presidente da Roche, Severin Schwan.

A empresa suíça pagará US$ 74 por ação por meio de uma oferta pública aos acionistas atuais. O valor ficou 38% acima da cotação de sexta-feira (22).

Parte do pagamento será feita em dinheiro, e outra parte, em papéis da nova companhia emitidos após a incorporação.

CENÁRIO

Operações de compra e venda no setor farmacêutico já movimentaram quase US$ 250 bilhões neste ano, sem contar a oferta de US$ 117 bilhões da Pfizer, dona do Viagra, pela AstraZeneca. No ano passado, giraram menos de US$ 70 bilhões.

As empresas farmacêuticas estão comprando suas rivais para ganhar volume de vendas (escala) e abrangência de atuação, um processo conhecido como "consolidação".

A oferta da Roche ocorre dentro desse contexto, mas a empresa também estava interessada em um remédio da InterMune chamado Esbriet. Ele combate uma doença que deixa o pulmão mais fibroso (fibrose pulmonar idiopática). Sem o remédio, a vítima morre entre dois e cinco anos após o diagnóstico.

A droga já era vendida na Europa, no Canadá e no Japão e, com a compra pela Roche, estará disponível nos EUA, onde existem cerca de 128 mil pessoas com a moléstia. Por ano, são diagnosticados 48 mil novos casos.

Os analistas estimam que as vendas globais do medicamento pela Roche só passarão de US$ 1 bilhão até 2019. Para eles, a aquisição não trará qualquer resultado no balanço da Roche antes de 2016.

A Roche já é o maior fabricante de remédios contra o câncer e mantém uma estratégia para crescer em drogas contra a diabetes e as doenças do coração.


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