Folha de S. Paulo


Copersucar e Cargill começam a operar joint venture de açúcar em outubro

As gigantes do agronegócio Copersucar e a Cargill pretendem começar a operar sua nova joint venture de comercialização de açúcar no mercado global em 1º de outubro, disseram as empresas nesta quarta-feira (20).

A nova empresa foi batizada de Alvean e já recebeu todas as autorizações regulatórias necessárias, disseram as companhias.

O negócio foi anunciado em março e aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em julho deste ano. Cargill e Copersucar terão participação de 50% cada uma na Alvean.

"Estou confiante de que estamos iniciando uma jornada emocionante, que vai remodelar o setor de açúcar", disse Ivo Sarjanovic, presidente da Alvean.

A joint venture deverá reforçar a posição das duas sócias no mercado internacional de açúcar.

A Copersucar é a maior comercializadora global de açúcar integrada à produção e a maior exportadora brasileira do produto, enquanto a Cargill, com sede nos Estados Unidos e faturamento de 137 bilhões de dólares com diversos negócios agropecuários, origina açúcar nos principais países produtores ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

O acordo deve gerar economias e ganhos de escala para as empresas, que têm negócios complementares.

Em um mercado altamente competitivo, disputado por grandes tradings internacionais, o diferencial da Copersucar é o acesso à matéria-prima. Ela une a produção de 47 usinas sócias e 50 usinas parceiras em um sistema integrado de logística, transporte, armazenamento e vendas.

A Cargill, por sua vez, destaca-se pela enorme capacidade logística em várias regiões do mundo. Desde que o negócio de açúcar começou a dar prejuízo à multinacional, em 2011, a companhia tirou o pé desse mercado.

O acordo, portanto, deve acelerar o processo de internacionalização da Copersucar, ao mesmo tempo em que possibilita à Cargill o retorno à posição de liderança no setor. Pela complementaridade dos negócios, analistas destacaram o alto potencial de geração de valor dessa operação para ambas.

As consequências para o resto do mercado não devem ser tão positivas, uma vez que a transação transforma duas grandes comercializadoras rivais em uma nova empresa, de porte ainda maior.

ACORDO

A nova empresa será uma joint venture independente de suas duas controladoras e as atividades de trading serão sediadas em Genebra, na Suíça.

A joint venture terá escritórios em Hong Kong, São Paulo, Miami, Delhi, Moscou, Jacarta, Xangai, Bangkok e Dubai.

Os negócios de etanol e os ativos fixos das duas empresas, como terminais e usinas, não farão parte da transação. Segundo comunicado divulgado quando o negócio foi anunciado, em março, essas atividades continuarão sendo negócios separados, individualmente controlados pela Cargill e Copersucar.

"A joint venture consolidará a capacidade de ambas as empresas, visando aumentar a eficiência, a qualidade e os serviços na cadeia produtiva de açúcar, além de alavancar um profundo conhecimento do mercado mundial para beneficiar nossos clientes", disseram as companhias no comunicado de março.

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COPERSUCAR/SAFRA 2013-14

Faturamento R$ 23,2 bilhões
Ebitda R$ 488 milhões
Número de funcionários 596
Dívida líquida R$ 386 milhões
Principais concorrentes Raízen, São Martinho, Açúcar Guarani

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CARGILL/20131

Faturamento R$ 24,8 bilhões
Ebitda R$ 838 milhões
Funcionários 9 mil

1dados referentes à operação no Brasil


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