Folha de S. Paulo


China cortará salários de executivos das grandes empresas estatais

O presidente da China, Xi Jinping, mostrou sua vontade de reduzir os salários dos diretores das grandes companhias estatais, que são diretamente controladas pelo governo central do país.

"Devemos ajustar os salários irracionalmente altos de alguns executivos", disse o presidente da China durante um encontro com vários altos cargos do governo e do Partido Comunista da China, realizado na segunda-feira (18).

Nesta reunião, que também teve a presença do primeiro-ministro, Li Keqiang, foi elaborado um plano para a reforma do sistema de pagamento destas empresas, embora não tenham sido publicados detalhes de quanto baixarão os salários nem quando os cortes acontecerão.

"As rendas injustificadamente altas devem ser reguladas", disse Xi, citado pela agência "Xinhua", ao pedir "uma estrutura salarial razoável, uma gestão estrita e uma supervisão eficiente das contas".

O presidente chinês também pediu que os executivos destas empresas estatais "percebam suas responsabilidades e aceitem a reforma".

Um dos grandes desafios da economia chinesa passa pela reforma das empresas estatais, conhecidas como SOE, que são 35% da atividade econômica do país e que abrangem todos os setores estratégicos, como energia, aeronáutica, telecomunicações e bancos.

Os executivos que comandam estas empresas mastodônticas se mostram mais reticentes às reformas pró-mercado, já que até agora operaram sob um mercado de quase monopólio e temem que a entrada do setor privado –ou das empresas estrangeiras– seja um empecilho ao lucro e evidencie a pouca eficiência de algumas delas.

Tanto Xi Jinping como Li Keqiang insistiram na necessidade de reforma e, segundo os analistas, a vontade do governo para mudar a estrutura do modelo econômico do país é clara apesar das pressões destes setores.

Além disso, desde sua chegada ao poder, Xi empreendeu uma campanha de austeridade que inclui a proibição de grandes banquetes oficiais, a construção de edifícios oficiais ostentosos e outros atos "extravagantes".

Neste sentido, também ressaltou que, fora das despesas necessárias certificadas, "os executivos das empresas estatais deixarão de desfrutar de outras vantagens para consumo próprio".


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