Folha de S. Paulo


Lorena Fornaciari, 25

Minha história: Coxinha faz capixaba montar rede de 58 lojas; SP e RJ à vista

Em 2011, aos 22 anos, Lorena Fornaciari abriu uma loja de coxinhas em Vila Velha (ES). Trabalhava com o irmão, Victor, e o pai, Vitorino. Havia passado quase um ano entre a ideia tomar forma e a inauguração.

Hoje, aos 25, ela é diretora comercial da Zé Coxinha, rede que tem 58 lojas pelo país, 12 delas próprias, concentradas no Espírito Santo, no Rio, em Minas e na Bahia. Os R$ 60 mil aplicados inicialmente se converteram em R$ 2,5 milhões em investimento.

A primeira máquina, que mal havia sido paga na inauguração, faz companhia a outras sete, que produzem, cada uma, 20 mil coxinhas por hora, em uma área de 1.000 m².

Bruno Coelho/Folhapress
Lorena Fornaciari na fábrica da Zé Coxinha, em Vila Velha
Lorena Fornaciari na fábrica da Zé Coxinha, em Vila Velha

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No Carnaval do ano passado, em Guarapari, foi uma loucura. A gente vendeu o quanto os funcionários deram conta. Em um só dia, só de coxinha, faturamos mais de R$ 10 mil. São 150 mil coxinhas, a porção tem 15.
Eu estava lá, acompanhei de perto. Foi um dia à parte.

O nome, Zé Coxinha, fui eu mesma que inventei. É uma ideia de personalizar mais a marca, deixar mais próxima das pessoas, como se a nossa marca fosse um nome próprio. E o Zé é a cara do Brasil.

A empresa foi ideia de nós três, meu pai, meu irmão e eu. Meu pai já tinha uma empresa, a Rei do Bolo, que ele criou em 2009, depois que largou a padaria. Ele teve padaria por 30 anos. Como a gente tinha experiência em vender salgadinho na padaria, sabíamos que a coxinha tinha apelo popular, e todo o mundo gostava da nossa.

Então destacamos uma parte da loja de bolo e fomos vender a coxinha, 15 por R$ 1. Optamos por servir no copo por ser uma forma mais prática, mais limpa de visualizar o produto e porque nunca tinha sido vendido assim.

O primeiro dia foi 27 de março de 2011, eu tinha 22 anos. A gente abriu as portas e teve de fechar às cinco horas porque acabou. Vendemos o estoque todo.

Vimos então que iríamos precisar de um bom financiamento para comprar máquinas. Nossa primeira máquina produzia 5.000 salgadinhos por hora; hoje a gente tem oito que produzem 20 mil salgadinhos por hora. Fomos pegando financiamento, fazendo essas aquisições para poder abrir mais lojas.

Começamos com 100 m², hoje temos mais de 1.000 m² de área de produção. São 58 lojas, a maioria franquia, aqui no Espírito Santo, em Minas, em Salvador e no Rio. Conseguimos vender por esse preço porque compramos insumos em grandes quantidades, carretas fechadas, temos bons fornecedores no Brasil todo. Papai tem histórico de bom comprador.

Na massa, vão trigo, leite em pó, margarina, tempero, água. Usamos filé de peito de frango para fazer o recheio e uma quantidade muito grande de tempero natural, salsinha, cebolinha. Cada coxinha tem cinco gramas, é menor que um salgadinho de festa.

Rainha das Coxinhas? Não sou só eu. Eu fico mais na parte de expansão e marketing, meu irmão fica na parte financeira, meu pai com a produção. Os três se juntam para fazer a empresa crescer.
Eu dei a cara a tapa, eles são mais envergonhados.

Quando comecei no Zé Coxinha, eu já havia me formado, fiz administração e tenho pós em marketing. Sempre vi meu pai trabalhando com comércio e sempre tive noção de que o comércio só vai para a frente se a gente estiver totalmente inserido nele. Não adianta abrir um comércio e entregar a um funcionário.

Trabalho nunca me assustou. Pelo contrário, sempre me motivou bastante. Desde novinha eu sabia que eu queria ter empresa, que queria crescer nesse ramo. Na minha família, todo o mundo trabalha. Todos nós sabemos fritar, todos os processos, desde o mais simples até o mais exigente, a gente sabe fazer.

Hoje a gente tem potencial de se expandir. Se, neste ano, abrirmos muitas lojas, teremos capacidade de atender, porque já investimos, compramos uma frota legal para poder bancar esse crescimento.

Queremos terminar o ano com mais lojas no Rio, porque é um local que tem uma semelhança muito grande com o Espírito Santo e onde os concorrentes ainda estão com preço superior ao nosso. Crescendo no Rio, a gente vai conseguir dar um passo maior em São Paulo.


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